De acordo com informação do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), a quinzena de luta a realizar em fevereiro vai decorrer nas empresas de distribuição, comércio retalhista tradicional, editores e livreiros e ótica.
Já a quinzena de luta marcada para março vai decorrer nas empresas de serviços, incluindo do setor social, nomeadamente Instituições Privadas de solidariedade Social, misericórdias, hospitais privados e empresas de limpeza industrial.
“A direção nacional do CESP decidiu organizar e mobilizar os trabalhadores do setor para duas quinzenas de luta que terão expressões de greves, concentrações, cordões humanos, ações de rua junto às associações patronais e nas empresas e plenários de trabalhadores, para exigir a atualização dos salários e das condições de trabalho”, disse à agência Lusa Isabel Camarinha, presidente do CESP.
A decisão foi hoje tomada pela direção do CESP, que se reuniu para analisar a situação dos trabalhadores do setor, da negociação dos contratos coletivos de trabalho e fazer um balanço das lutas que têm vindo a ser realizadas.
“A conclusão a que chegamos é que as negociações ou estão bloqueadas ou não existem, por isso tivemos de marcar as quinzenas de luta”, disse Isabel Camarinha.
Segundo o CESP, nas empresas de distribuição, a negociação do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com a APED continua num impasse, após mais de dois anos de reuniões e da tentativa de conciliação do Ministério do Trabalho.
No comércio retalhista tradicional e em setores como os editores e livreiros, grande parte dos trabalhadores não têm atualização salarial há muitos anos, estando as tabelas salariais a ser absorvidas pelo salário mínimo nacional, sem diferenciação das categorias profissionais e antiguidade dos trabalhadores, adianta.
No setor social a situação é idêntica e o trabalho aos feriados é pago como normal, referiu o CESP.
“Em todo o setor mantém-se a vergonha do recurso aos vínculos precários, a desregulação dos horários de trabalho e tentativa de introdução de bancos de horas impedindo os trabalhadores de terem vida pessoal e familiar, a pressão e repressão aos trabalhadores, os ritmos de trabalho desumanos, por isso avançamos para luta”, afirmou a presidente do CESP.
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