O Porto de Lisboa vai investir 31 milhões de euros no “projeto de eletrificação” dos navios de cruzeiro que passam pela capital. Este deverá estar operacional em 2026, esclareceu ao Jornal Económico o presidente do conselho de administração da APL, Carlos Correia.
O objetivo passa por “eliminar por completo as emissões de gases poluentes”, assim como “reduzir o ruído e a vibração, tornando a atividade mais sustentável e menos impactante”, reitera o responsável.
A atividade dos cruzeiros no Porto de Lisboa teve um peso de 0,3% no PIB nacional em 2023. Em simultâneo, representou 2,16% do PIB do turismo nacional, ao gerar 1.934 milhões de euros através de impactos diretos, indiretos e induzidos.
O impacto direto ascende a 794 milhões (aumento de 136% face a 2019, quando se ficou pelos 336 milhões)
As conclusões são do estudo “Avaliação do Impacto Económico da Indústria de Cruzeiros em Lisboa 2023”, realizado pela Nova SBE e apresentado esta terça-feira, no Porto de Lisboa.
A apresentação teve lugar num encontro que reuniu várias entidades e cujo foco incidiu sobre a sustentabilidade de um sector cujos passageiros gastam, em média 159 euros, em Lisboa. Em simultâneo, cada cruzeiro que faz escala no Porto de Lisboa contribui, em média, com 2,29 milhões de euros para o PIB e 910 mil euros para receitas fiscais, ao mesmo tempo que resulta na criação de 59 postos de trabalho.
No mesmo encontro, ficou também formalizada a criação do Comité de Sustentabilidade da Atividade de Cruzeiros em Lisboa, que tem em vista a criação de soluções sustentáveis no segmento do turismo de cruzeiros. Para tal, o comité conta com parceiros como a Administração do Porto de Lisboa (APL), Câmara Municipal de Lisboa, AGEPOR, ANA Aeroportos, CLIA (Cruise Lines International Association), LCP (Lisbon Cruises Port) e Turismo de Lisboa.
O Turismo de Portugal, a TAP e a Associação Zero também concordaram em juntar-se pelo que irão assinar o memorando em breve.
Isto numa altura em que o Porto de Lisboa está a investir para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Em causa está a implementação do sistema Onshore Power Supply (OPS), que poderá envolver um valor de até 31 milhões de euros. Este permitirá baixar as emissões em até 77%, de acordo com as estimativas.
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