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BCP quer até 2028 ter mais de três milhões de clientes em Portugal e mais de 8 milhões no grupo

Miguel Maya, presidente executivo do BCP disse que o banco quer distribuir em dividendos até 75% de um resultado líquido acumulado de 4,0 a 4,5 mil milhões de euros em 2025-2028.
30 Outubro 2024, 17h56

O BCP apresentou as principais linhas do plano estratégico de 2025 a 2028 a que chamou “2025-28: Valorizar (Deliver more value)”.

Miguel Maya, presidente executivo do BCP disse que o banco quer distribuir aos acionistas até 75% de um resultado líquido acumulado de 4,0 a 4,5 mil milhões de euros em 2025-2028 (correspondendo a uma taxa de crescimento anual de 5% a 6%). Isto claro, “sujeito à aprovação do supervisor e concretização dos objetivos de capital e de negócio em Portugal e na área internacional assim como atingir objetivo de CET1 definido”.

“Depois de mais de uma década do banco ser suportado pelos acionistas é vez de inverter o ciclo”, disse o CEO do BCP.

O banqueiro não excluiu que este plano de distribuição inclua planos de share buyback.

Na apresentação o BCP revela que o pagamento de dividendos de 50% (pay-out ratio) e adicionalmente, um programa regular de recompra de ações (para o remanescente até 75%), estão sujeitos à aprovação dos supervisores e à realização dos objetivos de capital relevantes do Plano (isto é, o CET1 acima de 13,5%) e objetivos de negócio em Portugal e internacionalmente.

O CEO do banco explicou que desde que haja capital para isso, todos os anos, a começar no exercício do próximo ano, o BCP vai distribuir em dividendos 50% dos resultados.

Miguel Maya explicou que esta meta do rácio de CET1 acima de 13,5% já considera a almofada anticíclica que o Banco de Portugal anunciou e que entrará em vigor a partir de janeiro de 2026. Os bancos vão ter de constituir uma almofada contracíclica no rácio de capital, que corresponderá a 0,75% sobre a exposição dos bancos ao setor privado não financeiro em Portugal. “Está tudo considerado”, disse o banqueiro.

“O Conselho de Administração irá submeter um requerimento ao supervisor para executar recompra de ações de 25% do resultado líquido anual em 2024”, disse na apresentação de resultados o CEO do BCP, Miguel Maya que não avança o número.

O BCP fala num crescimento médio anual projetado do bookvalue per share + rendimento
dos dividendos, de cerca de 15% por ano no plano estratégico 2025-28.

Miguel Maya sublinhou que a meta passa pelo “crescimento orgânico em segmentos de elevado
retorno, com maior relevância no segmento empresarial”.

“Expansão e inovação direcionadas para oportunidades adjacentes e reforço de capacidades na gestão de risco de crédito”, são os passos para uma “rentabilidade atrativa”.

Os principais objectivos para o ciclo estratégico 2025-2028 é de um volume de negócios acima de 190 mil milhões de euros (em Portugal mais de 120 mil milhões).

Em número de clientes a meta para até 2028 é ter mais de 8 milhões, sendo que em Portugal a meta é superar os 3 milhões de clientes. A maioria dos clientes (no grupo) serão mobile (mais de 80%) e em Portugal essa meta é de mais 75%.

O BCP tem como meta menos de 40% em rácio de eficiência (custos sobre proveitos) a nível consolidado, sendo a meta de menos de 37% em Portugal.

“Foco na melhoria da produtividade, com disciplina na eficiência e prudência nos riscos” é o lema do BCP.

O banco fala em “retornos tangíveis pela liderança nos segmentos de particulares e empresas em Portugal, expansão do segmento de empresas na Polónia e consolidação da liderança como banco universal de referência em Moçambique”.

Em termos de qualidade da carteira de crédito, o BCP quer ter menos de 50 pbs (-0,50%) em custo do risco e em Portugal esse rácio é esperado ser de menos de 0,45% (45 pbs).

O rácio de capital CET 1 é esperado superar 13,5% no grupo.

Em termos de resultados a meta para 2028 é superar em termos de ROE os 13,5%.

O banco quer estar no quartil superior do rating de ESG da S&P Global CSA. Bem como ter mais 3 mil milhões de euros em nova produção de financiamento sustentável.

Miguel Maya começou por lembrar que o banco cumpriu quase todas as metas do plano estratégico que acaba este ano, exceto a média de rating ESG que ficou aquém (67% contra 80% esperado).

No Rácio de eficiência cost-to-income a meta era de cerca de 40% e o BCP ficou melhor, ao atingir os 35%.

O custo do risco tinha como meta ~ 50 pbs e chegou a 39 pbs (portanto menos risco do que o estimado).

O ROE (rentabilidade) tinha como meta cerca de 10,0% e o rácio em 2024 é de 14,9%.

O Rácio CET1 estava previsto ficar acima de 12,5% e atingiu 16,5%.

O rácio de crédito malparado no plano estratégico era para ficar em 4,0%, mas ficou nos 3,4%.

Por fim a quota de clientes mobile também superou a expetativa que era de ser mais 65%, tendo ficado em 71%.

 

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