O papel da Deloitte como auditor externo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015 está a ser analisado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que procura saber se a firma avaliou adequadamente os riscos das várias operações do banco público, noticiou o “Expresso” este sábado, 2 de fevereiro.
Além da Deloitte, também os administradores da Caixa Geral de Depósitos entre 2000 e 2015 que estão agora sob escrutínio do Banco de Portugal, na sequência da auditoria da EY aos maiores devedores da CGD em incumprimento.
Mas, de acordo com o semanário do grupo Impresa, a CMVM e o BdP estão condicionados na sua atuação, sobretudo, porque os factos que podiam dar lugar a processo de contraordenação prescreveram.
Ainda assim, a CMVM, que só em janeiro de 2016 ganhou poderes para avaliar auditores e revisores oficiais de contas, estará a analisar a atuação da Deloitte para compreender se a empresa analisou e alertou devidamente para as situações sobre crédito de maior risco, bem como para a enumeração das suas imparidades ou ausência das mesmas nas contas do banco público.
Na sexta-feira, os resultados da autitoria da EY à CGD, aos anos compreendidos entre 2000 e 2015, foram conhecidos, sendo que o relatório final que foi entregue no Parlamento pelo presidente do banco estatal, Paulo Macedo, revelou que em 186 operações de crédito analisadas foram registadas perdas de 1.647 milhões de euros.
Nas 186 operações verificou “uma maior concentração no período 2000-2007 e 2008-2011″, onde simultaneamente se verificam também maiores percentagens de perdas”. Segundo o relatório, entre 2000 e 2007 foram realizadas 127 operações, com perdas acumuladas de 1.120 milhões; 47 operações entre 2008 e 2010 (477 milhões de perdas); oito entre 2011 e 2013 (40 milhões de perdas); e, quatro entre 2014 e 2015 (10 milhões).
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