Com a popularidade das criptomoedas e o surgimento de novos e melhores projetos que oferecem soluções inovadoras, surge também uma nova proposta: a possibilidade de utilizar a Bitcoin como parte do investimento para obtenção do Golden Visa. Esta ideia pode revolucionar o mercado de investimentos em Portugal, atraindo um novo perfil de investidores mais tecnológicos.
Como afirma Ricardo Cunha, estão constantemente a surgir novas pré-vendas de criptomoedas que mostram um grande potencial. Muitos investidores em tecnologia veem-nas como uma boa forma de diversificar o seu portfólio de investimentos, apostando nos melhores projectos de criptomoedas disponíveis no mercado.
Em julho de 2023, Alessandro Palombo, cofundador e CEO do Unbound Fund, apresentou uma proposta que procura abrir caminho para a inclusão da Bitcoin como opção de investimento no Golden Visa. Segundo Palombo, a proposta permite que investidores internacionais aplicassem 500 mil euros num fundo que expõe o capital ao Bitcoin, satisfazendo as exigências do governo português para a obtenção de residência no país.
A ideia não é que o investidor compre diretamente criptomoedas, mas sim que o fundo canalize esses investimentos para empresas que adquirem e mantêm Bitcoin de acordo com as regras do programa. O Unbound Fund já recebeu aprovação preliminar da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) de Portugal, embora o fundo ainda não tenha sido lançado oficialmente.
Esse novo modelo de investimento pode representar uma grande oportunidade para quem procura diversificar o seu portfólio ao mesmo tempo que aproveita a valorização potencial do Bitcoin. A criptomoeda, reconhecida pela sua volatilidade, apresentou um aumento de mais de 60% de valor em 2023. Este fator desperta o interesse de investidores que procuram tanto o lucro quanto a segurança de um visto de residência num país europeu.
Desde o lançamento, o programa Golden Visa já concedeu mais de 11.000 autorizações de residência, gerando 6,7 mil milhões de euros em investimentos. Tradicionalmente, a maior parte desses fundos foram direcionados ao sector imobiliário, mas o governo português expandiu as opções de investimento para incluir fundos de capital de risco e inovação tecnológica.
A introdução da Bitcoin como uma alternativa dentro do Golden Visa pode atrair um novo grupo de investidores, especialmente aqueles que já estão familiarizados com o mundo das criptomoedas e que procuram uma maneira legal, e vantajosa, para obter residência na União Europeia.
Além disso, Portugal é um dos países europeus com regulamentações mais favoráveis ao uso de criptomoedas. Atualmente, o país não tributa os ganhos de capital provenientes de transações com criptoativos, tornando-se ainda mais atrativo para investidores do sector. Esse ambiente regulatório, combinado com a possibilidade de utilizar Bitcoin como parte do investimento do Golden Visa, posiciona o país na vanguarda da adoção de novas tecnologias financeiras.
Mas o uso de criptomoedas num programa de cidadania por investimento é um conceito relativamente novo, o que pode gerar resistências, tanto do ponto de vista regulatório quanto da aceitação pelo público em geral. Além disso, o próprio mercado de criptomoedas é muito volátil, podendo ser um fator de risco para investidores mais conservadores.
Além disso os candidatos ao Golden Visa devem cumprir outros requisitos, como a ausência de antecedentes criminais e a aprovação num teste básico de língua portuguesa. Estes critérios têm como objetivo garantir que os candidatos estão comprometidos com os valores e a cultura do país.
Em termos regulatórios, há ainda algumas incertezas. O fundo proposto por Palombo, embora aprovado pela CMVM, ainda não está ativo, o que levanta questões sobre o tempo necessário para que a ideia se torne viável no mercado. No entanto, caso a proposta avance, poderá servir de modelo para outros países europeus que porcuram atrair investimentos através de criptomoedas.
Este artigo é da autoria da CryptoNews.
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