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Leonor Freitas: dona da Ermelinda é das poderosas do vinho

Ermelinda Freitas queria um futuro melhor para a filha, Leonor Freitas, e mandou-a estudar. No entanto, a morte inesperada do pai levou-a de volta às raízes. Hoje, Leonor Freitas é uma das mulheres portuguesas que mais se destaca no setor vinícola e fez crescer a Casa Ermelinda Freitas, que a própria deu nome em homenagem à mãe.
Leonor Freitas
Leonor Freitas, Casa Ermelinda Freitas
18 Novembro 2024, 07h30

Leonor Freitas já foi, por diversas vezes, questionada se é a dona Ermelinda Freitas. Figurativamente não o é, mas em toda a sua extensão podemos afirmar que é. Ou seja, Leonor Freitas deu continuidade ao projeto familiar que veio de 1920 e ganhou o nome da sua mãe, e é muitas vezes apelidada de Senhora Ermelinda por conta de todo o processo.

A CEO da Casa Ermelinda Freitas, localizada na Península de Setúbal, é uma figura incontornável dos negócios em Portugal, especialmente dos vinhos, o que lhe valeu a quarta posição da categoria do Turismo, Hotelaria e Vinhos da revista Forbes Portugal. Leonor Freitas soma um total de 61 pontos no ranking deste ano e volta a ser uma das mais poderosas dos negócios em Portugal.

Nasceu em 1952 e dá cara feminina a uma das indústrias liderada pelo sexo oposto. Mas, curiosamente, a Casa Ermelinda Freitas sempre foi comandada por mulheres e Leonor Freitas, ao lado da filha Joana, escolheu dar-lhe continuidade.

“A adega foi estabelecida em 1920, por Leonilde Freitas, e continuada pela sua neta Germana Freitas, e mais tarde pela sua bisneta Ermelinda Freitas, a quem a Casa Ermelinda Freitas deve o seu nome. Com a morte prematura do seu marido, Manuel João de Freitas, Ermelinda Freitas continuou a gerir com a sua única filha Leonor Freitas a empresa, que assumiu o comando da mesma e consolidou a marca e característica de liderança da casa no feminino”, lê-se no site da empresa vinícola.

Foi já sob a sua liderança, nos anos 90, que a marca conseguiu crescer e marcar um bom ritmo de crescimento. Atualmente, a Casa Ermelinda Freitas, localizada na zona de Fernando Pó (Palmela) produz anualmente oito milhões de garrafas e exporta cerca de 40% da produção.

Leonor Freitas é licenciada em Serviços Sociais no Instituto Superior de Serviço Social e trabalhou para o Estado português, para o Ministério da Saúde, antes de agarrar o negócio familiar. Foi a morte inesperada do pai e o apelo da mãe, que não se sentia capaz de levar o negócio a bom porto, que a levaram a regressar a casa, até aos dias de hoje.

Em várias entrevistas já revelou que abraçou o projeto familiar sem se sentir preparada, mas que a motivação a fez ir para a frente. Quando assumiu funções eram apenas três pessoas – nas quais Leonor Freitas está incluída – que geriam a casa agrícola com 60 hectares de vinha. A vontade de saber mais e agarrar o projeto levaram-no a crescer a olhos vistos, somando hoje mais de 440 hectares e várias marcas sob a sua alçada.

Atualmente, Leonor Freitas é uma das maiores referências no site do vinho português, e Joana Freitas, a sua filha, é responsável pela expansão em mercados internacionais, já se prepara para assumir a quinta geração de mulheres atrás da marca Ermelinda Freitas.

Em 2009 recebeu a Ordem do Mérito Agrícola do Estado Português, entregue pelo então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Venceu a primeira edição do Prémio Empresária do BPI em 2018 e foi ainda galardoada com o prémio da revista Activa de Mulheres Inspiradoras na categoria de negócios.

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