Os trabalhadores portugueses mostram-se, em pequena maioria, motivados nos seus trabalhos e consideram ter as ferramentas corretas para os desenvolver. No entanto, as necessidades de melhorias são evidenciadas quando se compara a realidade portuguesa com a Europa e a nível global.
O estudo “Norms Insights 2024” da Mercer mostra que os colaboradores portugueses têm confiança no futuro das empresas para as quais trabalham, mas apresentam dúvidas em relação às decisões da direção e da eficácia da gestão feita.
Este estudo da empresa do grupo Marsh McLennan inquiriu 956 empresas e 8,4 milhões de colaboradores de vários pontos do globo nos últimos cinco anos, entre 2019 e 2023.
Sobre a liderança, “os colaboradores em Portugal são mais críticos em relação à comunidade ascendente da sua direção do que os seus colegas europeus”, com 61% dos inquiridos nacionais a considerar que a liderança incentiva a comunicação de informações importantes, mesmo que más notícias. Trata-se então de um valor abaixo ao apontado por trabalhadores europeus (64%) e a nível global (71%).
“Quando questionados se a liderança se esforça por obter contributos, ideias e opiniões dos colaboradores, 51% dos inquiridos nacionais concordam com essa afirmação, valor abaixo dos congéneres europeus (54%) e o valor de referência global (63%). Igual tendência se verifica quando se procura aferir se as ações da liderança são consistentes com o que é dito: Portugal (55%), Europa (55%) e global (63%)”, lê-se no relatório da Mercer.
Em relação à confiança no futuro, os portugueses mostram-se confiantes (78%), ligeiramente mais que os europeus (76%). Ainda assim, as decisões da direção e a eficácia da gestão da empresa pesam (54%) em comparação com o valor registado na Europa (60%) e mundial (70%). Quando analisado a relação entre os colaboradores e os gestores é percetível que os portugueses são menos positivos, mas existe espaço para crescer, nomeadamente no feedback e no apoio ao desenvolvimento profissional: 71% dos portugueses indica que o feedback do líder direto ajuda a melhorar o desempenho, contra 72% na Europa e 77% a nível global.
Os portugueses destacam-se mais nos aspetos éticos e de compliance na componente de segurança, risco e compliance, excedendo as normas europeias e globais.
“No que concerne à colaboração e foco no cliente, os trabalhadores portugueses estão significativamente acima dos mercados europeus na maioria dos aspetos da inovação, exceto na resposta rápida às necessidades dos clientes (56% em Portugal, 58% na Europa e 69% a nível global)”, indica o estudo “Norms Insights 2024“. Sobre a expressão de ideias e opiniões no local de trabalho sem receio de consequências negativas, os trabalhadores nacionais estão acima (73%) do registado na Europa (67%) e a nível global (69%).
E a análise da Mercer diz ainda que 69% dos colaboradores nacionais dizem dispor de ferramentas e recursos adequados para desempenhar corretamente o seu trabalho, estando em linha com os congéneres europeus.
“Os colaboradores portugueses sentem-se mais capacitados (75%) do que os seus colegas europeus (72%), mas são ligeiramente mais críticos em relação à rapidez dos processos de tomada de decisão (53% em Portugal, 54% na Europa e 63% a nível global)”.
Contudo, os portugueses são mais negativos (72%) quando perspetivado o desenvolvimento da carreira face à aplicação das competências e potencialidades profissionais em comparação com a Europa (77%). Ainda assim, mostram-se satisfeitos com os seus percursos e objetivos atingidos na carreira.
Relativamente à remuneração, apenas 31% dos inquiridos portugueses admite ser remunerado de forma justa, um valor muito abaixo dos 49% dos europeus e 55% dos trabalhadores globais. Este dado ajuda a perceber o facto de muitos trabalhadores nacionais serem favoráveis à remuneração salarial a partir do desempenho e pacote de benefícios.
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