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Setor automóvel: Fraca procura e concorrência da China podem custar mais de 20 mil empregos

São já várias as fabricantes a operar na Europa a anunciarem o encerramento de fábricas e o despedimento de milhares de colaboradores, num cenário em que a fraca procura por carros elétricos e a concorrência da China estão a pressionar o setor automóvel.
2 Dezembro 2024, 15h31

A fraca procura, custos elevados de produção, concorrência de rivais chinesas e uma transição mais lenta do que esperado para os carros elétricos está a pressionar o setor automóvel na Europa. São já várias as empresas a anunciar planos para fechar fábricas e despedir trabalhadores, o que pode afetar mais de 20 mil pessoas.

A francesa Valeo, que fornece peças automóvel, vai cortar mil postos de trabalho na Europa, disseram fontes à “Reuters” no final do mês passado, acrescentando que os planos de reestruturação vão também passar pelo encerramento de duas fábricas em França. A Michelin também não escapa a esta tendência. A fabricante de pneus francesa vai encerrar duas instalações no país, o que vai afetar cerca de 1.250 empregos.

Também a Stellantis anunciou no final de novembro que planeia fechar uma fábrica no sul de Inglaterra, o que põe em risco mais de mil empregos. A empresa, que anunciou agora a saída de Carlos Tavares do cargo de presidente executivo, tem interrompido frequentemente as operações na sua principal fábrica em Mirafiori, Itália, devido à fraca procura, sobretudo para a versão elétrica do Fiat 500. Ainda assim, diz não ter planos para fechar instalações no país.

Por outro lado, a Bosch, a maior fornecedora de peças automóvel do mundo, vai despedir 5.500 pessoas até 2032 e reduzir o horário de trabalho de alguns colaboradores. A americana Ford disse que vai reduzir em quatro mil o número de empregos, sobretudo na Alemanha e no Reino Unido, o que representa 14% da sua força laboral na Europa.
A alemã Schaeffler, que também fabrica peças de carros, foi igualmente afetada pela fraca procura dos clientes, planeando cortar 4.700 empregos, na sua maioria na Alemanha. A Volkswagen colocou à venda as suas instalações em Bruxelas, com capacidade para três mil pessoas, devido à falta de interesse pelos seus carros elétricos.
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