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Descobertas duas novas espécies de coníferas do Cretácico

Mário Miguel Mendes. investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, revela que estes pólenes nunca haviam sido reconhecidos dispersos nas nossas palinofloras.
14 Dezembro 2024, 22h34

Mário Miguel Mendes, investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), descobriu mais duas novas espécies de coníferas atribuídas à extinta família Cheirolepidiaceae, recolhidas na região de Juncal.

De acordo com o cientista, a primeira das novas espécies corresponde a um cone masculino, denominada Classostrobus doylei, no qual se observam pólenes de tipo Classopollis triangulus. “Estes pólenes nunca haviam sido reconhecidos dispersos nas nossas palinofloras e estamos convictos de que, após a sua libertação assumiam uma forma esférica, não sendo possível detetar as pontes de exina”, afirma Mário Miguel Mendes.

Esta nova espécie, descrita e publicada na revista científica Cretaceous Research, foi dedicada a James Doyle, professor da Universidade norte americana da Califórnia. A realização deste trabalho envolveu a combinação de técnicas de microtomografia computadorizada de raios X (microCT), microscopia ótica, microscopia eletrónica de varrimento e microscopia eletrónica de transmissão.

A segunda espécie, denominada Frenelopsis callapezii, foi descrita com base nos caracteres morfológicos dos eixos caulinares da planta e nas suas características cuticulares, tendo sido dedicada a Pedro Callapez Tonicher, professor da FCTUC. “Ao contrário de outras espécies do mesmo género, esta não possui longos tricomas, apenas papilas, e apresenta um tipo de ramificação pouco usual nos frenelopsídeos”, descreve o investigador.

Os estudos das Cheirolepidiaceae têm permitido reconstruir a sua evolução em termos de diversidade e riqueza de espécies, história biogeográfica e inferir sobre as causas da sua extinção. “Estas plantas têm sido modelos fantásticos, pois o seu estudo tem contribuído, sem dúvida, para compreender como as coníferas se diversificaram e adaptaram ao longo dos tempos”, conclui.

Estes trabalhos foram realizados em colaboração com investigadores da República Checa, Rússia e Holanda, tendo recebido financiamento da Czech Grant Agency e do MARE/FCTUC.

 

 

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