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Super-agência para combater alterações climáticas tem mais de cinco mil milhões até 2026

Agência vai integrar fundos do PRR nos dois primeiros anos, ganhando poder de fogo adicional até 2026.
19 Dezembro 2024, 07h00

A super-agência para combater as alterações climáticas vai ter um poder de fogo de cerca de dois mil milhões de euros anuais. No entanto, o montante será maior nos dois primeiros anos devido aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em 2025 e 2026, a Agência para o Clima (ApC) contará com 5.300 milhões de euros para ajudar o clima em Portugal, 2.650 milhões de euros por ano.

A agência entrará em funcionamento em janeiro e ficará instalada no ministério do Ambiente e da Energia (MAEn) na Rua do Século, em Lisboa.

“Esta é uma agência que não terá problemas para se financiar”, disse a ministra do Ambiente e da Energia na quarta-feira no briefing do Conselho de Ministros, apontando que 1,2 mil milhões terão origem no Fundo Ambiental para gerar o total de 2 mil milhões.

Entre outros fundos, existem também 1,2 mil milhões de euros para distribuir entre 2026 e 2030, mais 2,1 mil milhões para distribuir até 2030 do Fundo para a Modernização.

Além disso, há fundos mais pequenos a contribuir para este total: o Fundo Azul com 55 milhões, EEA Grants com 38 milhões, e no futuro virá o Fundo para a Transição Justa, que ainda não tem valor definido.

Os seus quadros integrarão os trabalhadores da secretária-geral do Ambiente, mas também 40 vindos da divisão do clima da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e outros 9 que foram recrutados entretanto.

O conselho diretivo da ApC será constituído por quatro pessoas: um presidente, um vice-presidente e dois vogais, um dos quais ficará responsável pela área financeira e será nomeado pelo ministério das Finanças.

“Procuramos pessoas com muita experiência na gestão de fundos europeus”, disse Maria da Graça Carvalho, acrescentando que a agência terá a forma jurídica de um Instituto Público integrado na administração direta do Estado, o que permitirá ao organismo contratar consultores e pagar-lhes mais 20% face ao que está previsto na tabela salarial do Estado.

“A Agência vai liderar, propor e implementar políticas públicas na área de mitigação e adaptação e coordenar a descarbonização – na indústria, edifícios, transportes e agricultura, em interligação com as políticas florestais”, disse a governante em conferência de imprensa.

Entre as suas atribuições encontra-se o apoio e concretização de políticas públicas, o desenvolvimento e monitorização do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030 e a adaptação às alterações climáticas, segundo Maria da Graça Carvalho.

A ApC terá também funções de Autoridade Nacional no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), supervisionar o Mercado Voluntário de Carbono e gerir o Registo Português de Licenças de Emissão (RPLE).

Entre outras valências, ficará responsável por preparar as posições nacionais nas negociações climáticas europeias e internacionais e participar nas negociações no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC) e do Acordo de Paris.

Esta agência integrará o Fundo Ambiental, o Fundo Azul e também as áreas de Clima, Ambiente e Energia do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Irá integrar ainda o Fundo Social para o Clima (a ser criado em 2026 para promover uma transição energética justa), o Fundo de Modernização, o Fundo de Transição Justa e o financiamento dos países do Espaço Económico Europeu (EEA Grants).

Entre os objetivos encontra-se a promoção de ações conjuntas com a administração pública, universidades, ONG ou empresas, além de protocolos com entidades públicas e privadas.

A ministra garante que a ApC promoverá “mais transparência e rigor na divulgação pública de fundos e projetos”, “maior previsibilidade e rapidez nos processos”, “gestão profissional dos fundos”, “eficiência na gestão dos fundos” e “monitorização constante”.

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