[weglot_switcher]

Reskilling em 2025: uma estratégia-chave para o futuro do trabalho

O que era uma evidência em 2024, tornou-se, decerto, uma urgência em 2025. Afinal, a rápida transformação digital e as novas potencialidades da inteligência artificial (IA) tornam a formação contínua num pilar estratégico para organizações e profissionais. Neste contexto, o reskilling — ou seja, a aquisição de novas competências para responder aos desafios emergentes — surge como uma resposta indispensável.
Rui Rocheta – Chief Regional Officer Southwestern Europe & Latam da Gi Group Holding
20 Janeiro 2025, 07h55

Peter Drucker, o pai da gestão moderna, captou bem a essência desta questão: “A maior ameaça em tempos de turbulência não é a turbulência em si, mas, sim, agir com a lógica de ontem.”

Porque é que 2025 será um marco para o reskilling?

Em 2024, já enfrentámos desafios significativos relacionados com a requalificação da força de trabalho. Todos nós — dos jovens a entrar no mercado aos líderes com décadas de experiência — devemos aceitar a realidade de que aquilo que sabemos hoje poderá, certamente, ficar obsoleto amanhã. Sobretudo no que respeita às competências digitais.

Com efeito, entre os principais desafios que 2025 trará para a gestão dos recursos humanos, importa destacar:

  • O ritmo acelerado da mudança tecnológica (e mesmo da sociedade);
  • As lacunas de competências que atualmente se verificam nas empresas.

Os perfis do futuro

O Fórum Económico Mundial estima que, nos próximos cinco anos, 23% dos empregos globais serão afetados pela transformação das várias indústrias. Por conseguinte, a organização tem vindo a investir na “Revolução do Reskilling”, uma iniciativa que visa fomentar a aquisição de novas competências para as carreiras do futuro, num universo de mais de 600 milhões de pessoas.

Neste quadro, as organizações que demonstrarem maior adaptabilidade no mercado de trabalho serão, sem dúvida, as mais aptas a integrar essa revolução.

Este novo ano trará, então, novos perfis profissionais, com destaque para a área das tecnologias emergentes. Por exemplo, especialistas em IA e machine learning, analistas e cientistas de dados, especialistas em ética e governança de IA, entre outros, deverão registar um incremento na procura.

Acima de tudo, é imperativo que as empresas realizem o diagnóstico das suas necessidades de reskilling. Nesse processo, devem identificar as áreas da organização que serão mais afetadas por estas mudanças de paradigma e que, por isso, assumirão um lugar prioritário no planeamento estratégico de RH.

O desafio estratégico da formação contínua para o reskilling

É certo que o upskillingisto é, a aquisição de novas competências dentro da mesma área profissional — é essencial na estratégia de formação profissional. Todavia, no contexto atual, o reskilling será ainda mais determinante, uma vez que há muitas funções que tenderão a ficar obsoletas rapidamente.

É preciso, pois, olhar para o futuro e traçar as estratégias de requalificação necessárias para enfrentar o que acontecerá num horizonte de cinco anos. Nesse sentido, importa ter por base dois pilares: o desenvolvimento profissional e as competências futuras. Atenção: este esforço analítico deve procurar equilibrar as necessidades coletivas e as individuais.

Do ponto de vista mais focado no trabalhador, o reskilling contribui, certamente, para os níveis de satisfação profissional e para o incremento da atratividade no mercado laboral. Por sua vez, na perspetiva organizacional, a aposta estrutural no reskilling assegura o reforço da competitividade, da agilidade e da capacidade de inovação. Além disso, trata-se de um fator central na retenção de talento.

Contudo, uma estratégia de reskilling não pode contemplar apenas competências técnicas. É igualmente importante fomentar o desenvolvimento de soft skills. Como destaca a revista Forbes:

“[As soft skills] permitem que os profissionais utilizem as ferramentas de IA de forma eficaz e garantam que os aspetos humanos do trabalho — como considerações éticas, empatia e tomada de decisões estratégicas — permaneçam em destaque.”

Ainda que o futuro permaneça incerto, é clara a urgência do investimento em reskilling. É, pois, necessário que as organizações tracem estratégias que espelhem uma cultura de aprendizagem contínua, com flexibilidade para garantir uma adaptação célere aos desafios do mercado.

 

 

Este artigo é da autoria da Gi Group Holding.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.