Procura por gás natural neste inverno pode levar a declínio nos inventários

O preço do gás americano tem registado um aumento gradual desde agosto, no entanto, no final de dezembro apresentou um pico significativo, devido às temperaturas mais baixas. Segundo os analistas da XTB, o consumo de gás encontra-se acima dos máximos dos últimos cinco anos.

Apesar do aumento sentido em dezembro, os primeiros dias de janeiro trouxeram uma correção técnica, após a forte valorização da commoditie no último mês de 2024.

As previsões meteorológicas apontam que o frio vai voltar nas próximas semanas, o que pode provocar um declínio semanal nos inventários de gás natural americano de até 300-400 bcf, uma vez que o frio deve levar a um maior consumo.

Segundo os analistas da XTB, no caso da Europa, “o gás TTF demonstra um comportamento distinto, com menor intensidade na força impulsiva. o que pode simbolizar dificuldades para o preço romper a zona dos 50 euros”.

Para os europeus, os últimos dias do ano foram vividos com muita especulação à volta do mercado do gás natural, depois de ter sido realizado mais um corte no fornecimento desta commoditie oriunda da Rússia, no entanto o efeito foi assimilado rapidamente pelo mercado, e atualmente “não há sinais de que esta situação venha a afetar os mercados internacionais no futuro”.

No entanto, os analistas salientam que “uma eventual retoma do fornecimento russo poderia exercer pressão descendente sobre os preços”.

Uma alternativa ao gás que tem sido discutida é o hidrogénio verde, no entanto este continua a ser negociado a valores bastante mais elevados do que o gás natural, tornando-se mais barato importar gás. “Além disso, o mercado da Península Ibéria é demasiado pequeno para influenciar os preços internacionais, pelo que o mercado de gás natural não deverá sair afetado a curto-prazo por este índice”, referem analistas da XTB.