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Porque quer Donald Trump retomar o controlo do canal do Panamá?

A pressão de Trump está a ser vista como um exemplo raro de um líder norte-americano a pressionar outro país soberano a entregar um território.
16 Janeiro 2025, 07h00

Donald Trump acusa o Panamá de cobrar taxas excessivas pelo uso do Canal do Panamá e avisou que não deixaria o canal cair nas “mãos erradas”, referindo-se a uma potencial influência chinesa na passagem. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, disse, em conferência de imprensa, que a China “sempre respeitou a justa luta do povo panamiano pela soberania” sobre a via de transporte.

Agora, um grupo de congressistas republicanos apresentou um projeto de lei na Câmara dos Representantes que pretende autorizar a Casa Branca a negociar a compra do Canal do Panamá. O projeto de lei, denominado “Lei de Recompra do Canal do Panamá”, autoriza “o presidente a iniciar negociações” com representantes do governo panamiano para a compra desta infraestrutura.

Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o Canal do Panamá passou para o controlo deste país no final de 1999, ao abrigo de tratados assinados em 1977 pelos presidentes da altura, o americano Jimmy Carter e o líder nacionalista panamiano Omar Torrijos. Trump acusa aquele país da América Central de cobrar taxas imorais às embarcações comerciais dos Estados Unidos.

O Presidente do Panamá, José Raúl Mulino, publicou uma declaração nas redes sociais, onde declara que a propriedade do porto “não é negociável”. “Quero expressar com precisão que cada metro quadrado do Canal do Panamá e sua área adjacente pertencem ao Panamá, e continuarão a pertencer”, escreveu Mulino.

Esta via, por onde passa 5% do comércio marítimo mundial e liga mais de 1.900 portos em 170 países, vale 6% do PIB do Panamá e 20% de sua receita fiscal. O canal permite aos navios, que viajam entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos, evitar um longo desvio através do extremo sul da América do Sul.

Em outubro, a Autoridade do Canal do Panamá anunciou que tinha registado receitas de quase cinco mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) durante o último ano fiscal.

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