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“A independência de um banco central é mais uma responsabilidade que um direito”, diz Centeno

Na sua intervenção na conferência em Madrid disse que “a independência de um banco central é mais uma responsabilidade que um direito”. Centeno explicou que a “independência é uma capacidade técnica”.
Cristina Bernardo
20 Janeiro 2025, 15h17

O Governador Mário Centeno na mesa redonda da conferência “La independencia de los bancos centrales ante los retos presentes y futuros”, organizada pelo Banco de España. Na sua intervenção disse que “a independência de um banco central é mais uma responsabilidade que um direito”.

Centeno explicou que a “independência é uma capacidade técnica”.

“As leis mudam e por isso não podemos estar tão dependentes do que ditam as leis para saber o que fazer com os mandatos e com o exercício de independência”, acrescentou.

“Nós transmitimos estabilidade, está no nosso ADN”, sublinhou.

Mário Centeno lembrou que são as instituições estáveis as que gerem mais capital social numa sociedade.

O Governador do Banco de Portugal falou em “drama psicológico” dos bancos centrais, porque tomam hoje decisões sobre a expetativa da inflação a médio prazo, e esta vicissitude “é que separa politica monetária de outras políticas económicas”. A inflação é um resultado económico de várias políticas e Mário Centeno realça que os banco centrais têm de perceber a importância dos instrumentos de política monetária que têm ao seu dispor.

“A estabilidade financeira é uma pré-condição para a estabilidade de preços e não há poucos instrumentos para isso” disse o Governador do Banco de Portugal que acrescentou que “o contra-factual é sempre muitíssimo pior”.

“O papel da política económica e da política monetária é ser aborrecido”, disse acrescentando que as mudanças bruscas “não nos agrada”.

Recorde-se que o Conselho Geral do BCE tem como membros o/a presidente e o/a vice‑presidente do BCE e os governadores dos bancos centrais nacionais dos Estados‑Membros da UE.

Mário Centeno defendeu a transparência do Banco de Portugal e lembrou que na próxima semana vai estar no Parlamento a explicar os salários da gestão do banco central português.

O Governador lembrou que no Banco de Portugal “estamos a ser avaliados todos os dias”.

Os bancos centrais “têm a obrigação de estar disponíveis” e, apesar de se ter feito muito na Zona Euro nos últimos anos, “não foi feito tudo o que devia ter sido feito”.

 

 

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