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Bolsas da Europa em alta animadas por Trump. PSI 20 na linha de água

As bolsas europeias encerram o dia em terreno positivo, motivadas pelos sinais de entendimento EUA/ China, isto depois de Trump confirmar o adiamento da data para a imposição de novas tarifas à China. Ao contrário do mercado de ações o petróleo está hoje em forte queda.
John Gress/Reuters
25 Fevereiro 2019, 17h41

As principais bolsas europeias fecharam no verde esta segunda-feira, motivadas pelos sinais de entendimento entre os EUA e a China no que se refere à guerra comercial. Isto porque o presidente Donald Trump, através do Twitter, veio confirmar o adiamento da data limite para a imposição de novas tarifas aduaneiras às importações vindas da China, após “substanciais progressos” entre as duas nações.

O otimismo desencadeado pelo anúncio por parte de Donald Trump de um adiamento do prazo de 1 de março permitiu assim um início de semana positivo para os mercados europeus.

“O setor Automóvel é reflexo desse otimismo e liderou os ganhos na Europa. Na banca, tivemos os italianos em boa forma, impulsionados pela manutenção do rating de Itália por parte da Fitch. No universo de big caps, Adidas figurou no lote dos mais animados perante nota de uma casa de investimento”, refere na sua análise o analista de mercados do Millennium investment banking.

Por cá o PSI 20 fechou na linha de água com um ganho de 0,01% para 5.153,23 pontos. As ações da Mota-Engil brilharam na bolsa ao ganharem 3,95% para 2,025 euros.

A travar a subida estiveram as ações da Sonae Capital, que caíram -2,29% para 0,854 euros. Mas também as da EDP e a Galp, que acabaram por ser as principais responsáveis pelos ganhos tímidos do PSI20. A EDP desceu 1,60% para os 3.20 euros e a petrolífera recuou 0,58% nos 14.59 euros, “uma desvalorização contida considerando a perda superior a 3% que o crude sofria nos mercados internacionais”, consideram os analistas do BPI.

O BCP conseguiu recuperar parte do terreno perdido na semana passada, tendo encerrado com uma valorização de 1% para fechar nos 0,2332 euros.

“Já os CTT não conseguiram inverter a forte tendência negativa que marcou a ação nas últimas sessões, fruto da apresentação dos seus resultados relativos a 2018. A ação caiu 0,43% para 2,782  euros.

A Corticeira Amorim recuou 0,32%, na véspera do dia em que, após o fecho, irá apresentar os seus resultados trimestrais.

O EuroStoxx 50 valorizou 0,29% para 3.280 pontos. O CAC 40 subiu 0,31% para 5.231,85 pontos; o Dax ganhou 0,42% para 11.505,4 pontos; o IBEX manteve-se flat nos 9.204,3 pontos e o índice de Milão fechou em alta de 0,86% para 20.436,96 pontos.

A Banca italiana foi animada com a manutenção do rating de Itália por parte da Fitch em BBB (dois níveis acima da categoria junk), atribuindo uma perspetiva (outlook) negativa. Os rumores de que o Conselho Europeu poderá conceder um adiamento ao Brexit caso o acordo de Theresa May não passe no parlamento travou a subida do Footsie, mas ainda assim fecha positivo (+0,07% para 7.183,7 pontos).

Ainda relativamente a Itália, a Reuters informou que a maior acionista da operadora Telecom Italia, a Vivendi, comunicou que, sob determinadas as condições, daria a sua aprovação a uma fusão entre as redes fixas da TIM e da concorrente Open Fiber, revelam os analistas do BPI.

Os mesmo analistas dizem que em Paris, a Carrefour informou que poderá reduzir a sua força de trabalho em Itália em 4%, com o objetivo de ajustar a mesma ao abrandamento das vendas no país.

A diminuição dos riscos em torno da guerra comercial trouxe o mercado de ações para terreno positivo. Mas afetou negativamente a cotação dos futuros do petróleo. O Brent, em Londres, caiu 3,43% para 64,82 dólares e o Crude, WTI do NYMEX cai 3,32% para 55,36 dólares.

“O Presidente norte-americano também teve influência nos preços do petróleo, dizendo que estão demasiado elevados e apelando à OPEP para que os mantenha estáveis. Como consequência, o setor energético destoou dos restantes cíclicos, que vêem o alívio das tensões comercias como positivas”, refere o analista do Millennium BCP Investment Banking, Ramiro Loureiro.

Também influenciado pelo otimismo comercial, o índice Shangai Composite disparou acima dos 5% na sessão de hoje, “entrando no que teoricamente o mercado considera um território bull market, uma vez que subiu mais de 20% desde os mínimos de janeiro”, escreve o analista do BCP.

As obrigações da Alemanha a 10 anos estão a agravar 1,2 pontos base para 0,108%, ao passo que as portuguesas têm os juros em queda de 1,9 pontos base para 1,466%. Espanha também com o juros a caírem 1,2 pontos base e Itália tem a melhor performance dos periféricos, com os juros a descerem 7,4 pontos base para 2,773%.

O euro ganha 0,06% para 1,1342 dólares.

Em termos macroeconómicos, destaque para o facto de, de acordo com a informação preliminar divulgada pelo Gabinete de Análise da Política Económica dos Países Baixos (CPB), em dezembro de 2018, o comércio mundial ter tido uma diminuição estimada de 1,7% face ao mês anterior. Em novembro de 2018, o comércio mundial diminuiu 1,8% face ao mês anterior. Devido ao Shutdown nos EUA, não foram incluídos dados relativos ao mês de Dezembro.

Em 2018, o comércio mundial cresceu 3,3%, no 4º trimestre de 2018 (4,7% em 2017), o comércio mundial registou uma diminuição de 0,9%.

 

 

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