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Decretos presidenciais: Donald Trump coloca União Europeia sob forte pressão

Ainda não foram assinados, mas os decretos presidenciais que vão com certeza estender à Europa aquilo que Trump decidiu para o México, Canadá e China, revelam uma forte animosidade para com o bloco dos 27. Quanto ao que já foi assinado nestes poucos dias de presidente, é o quadro interno que está no centro das preocupações de Donald Trump.
24 Janeiro 2025, 08h15

Não são os decretos presidenciais que já saíram da pena do novo presidente Donald Trump, mas aqueles que estão para vir que estão a exercer forte pressão sobre o conjunto da União Europeia. Na primeira vez que, depois de decididas, Trump referiu as novas tarifas às importações para o interior do mercado norte-americano, deixou um aviso devastador para a União Europeia (UE). Já se sabia que, a partir de 1 de fevereiro, as importações de produção do México e do Canadá vão ser taxadas com 25% e que as oriundas da China irão até aos 10%. Mas Trump ainda não tinha dito que “a China é má, mas a União Europeia é muito má para os Estados Unidos” – estabelecendo uma espécie de ranking onde os 27 são um perigo maior que a própria China para a economia norte-americana. E especificou: “trataram-nos muito mal, não compram os nossos carros e não compram principalmente os nossos produtos agrícolas”. Vale a pena recordar que os produtos agrícolas (e agropecuários) são uma das partes mais importantes do novo (e ainda não totalmente especificado) acordo Mercosul-União Europeia – pelo que é de temer uma especial atenção de Trump sobre a matéria.

O presidente, que falava na própria Casa Branca, enquadrou o cerne do problema com a União Europeia, tendo, como dizem que lhe é costumeiro, alterado os números em favor da sua tese: disse que o défice da balança comercial estava do lado dos Estados Unidos, o que é verdade, e que resultava num diferencial de 350 mil milhões de euros dólares (cerca de 335 mil milhões de euros). E isso está longe da verdade: para dados de 2023, os mais recentes que se encontram disponíveis, a União Europeia vendeu aos Estados Unidos bens e serviços na ordem dos 794,7 mil milhões de euros, tendo comprado 742,9 mil milhões. O défice é de 51,8 mil milhões. Ou seja, os 353 mil milhões anunciados por Trump estão inflacionados em 546%. Seja como for, é de esperar que as novas tarifas às importações da UE sejam especialmente gravosas.

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