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Siemens lança desafio a universitários para desenvolver infraestrutura elétrica de um centro de dados

Accelerate Challenge desafia a formar equipas para pensar na transição energética e na transformação digital. Rui Leal, responsável de Novos Negócios e Vendas na Siemens Smart Infrastructure, destaca ao JE o tema deste ano – “uma área crítica para o país e para a economia nacional em franco crescimento”. Inscrições decorrem até 28 de fevereiro.
11 Fevereiro 2025, 07h00

O Accelerate Challenge, concurso da Siemens que oferece um estágio profissional remunerado de um ano e uma viagem a um projeto de referência desenvolvido pela empresa, está no terreno. O concurso desafia os universitários a formar equipas para pensar na transição energética e na transformação digital em curso no mundo.

Rui Leal, responsável de Novos Negócios e Vendas na Siemens Smart Infrastructure, revela ao Jornal Económico que o Accelerate Challenge deste ano passa por desenvolver a infraestrutura elétrica de um centro de dados – “uma área crítica para o país e para a economia nacional, que está em franco crescimento e que será fundamental para uma transformação digital bem-sucedida”.

As equipas são compostas por dois ou três estudantes, que se encontrem no último ano do curso de Engenharia Eletrotécnica, e, opcionalmente, por um professor. Cada equipa conta com o apoio de um colaborador da Siemens, que estará disponível para acompanhar todo o processo e esclarecer dúvidas que possam surgir.

O objetivo é que as equipas desenvolvam um projeto de uma infraestrutura elétrica capaz de responder a diferentes cenários relacionados com a distribuição e com a utilização mais racional da energia. O trabalho será realizado ao longo de 12 semanas, com recurso ao SIMARIS Suite – uma plataforma de softwares da Siemens que permite o cálculo e o dimensionamento das redes elétricas -, assim como a outras ferramentas da empresa que serão disponibilizadas para este efeito.

Desde o seu lançamento, participaram no Accelerate Challenge cerca de 280 alunos, de 19 instituições de ensino superior e politécnicos.

O Grupo Siemens está em Portugal há 120 anos e empregava no final de setembro último 4.003 pessoas.  Nos últimos anos, a empresa alemã sediou em Portugal vários centros de competência mundiais nas áreas da energia, indústria, infraestruturas, tecnologias de informação e serviços partilhados, que exportam soluções e serviços made in Portugal para mais de 70 países em todos os continentes.

As inscrições para o Accelerate Challenge decorrem até 28 de fevereiro.

 Rui Leal, responsável de Novos Negócios e Vendas na Siemens Smart Infrastructure 

Da perspetiva da Siemens, que balanço faz de seis anos de programa?

O balanço é extremamente positivo. A Siemens em Portugal tem uma ligação histórica à academia e não tem dúvidas de que a proximidade às instituições de ensino é benéfica para todas as partes envolvidas: empresa, instituições e toda a comunidade académica. Os jovens com quem interagimos vão moldar o futuro da nossa empresa, dos mercados em que atuamos, e do próprio país, que todos ambicionamos mais competitivo, tecnológico, inclusivo e próspero. A solução para o tema da falta de recursos humanos especializados, atual e futura, está nas iniciativas e nas estratégias que desenvolvermos hoje, de que esta competição é um excelente exemplo.

Através do Accelerate Challenge temos a oportunidade de conhecer talentos, que podem, um dia, vir a fazer parte das nossas equipas e da nossa empresa. Sendo o capital humano o nosso “bem” mais precioso e a chave para o nosso sucesso e longevidade – celebramos este ano 120 anos de presença em Portugal -, este é um aspeto que valorizamos profundamente e no qual pretendemos continuar a investir.

Que benefícios podem os jovens extrair deste desafio?

Este tipo de desafios é também uma forma de promover a engenharia a nível nacional, uma vez que prepara os jovens, a terminar o ensino superior, para o mercado de trabalho, permitindo-lhes adquirir experiência em tecnologias com as quais irão trabalhar quando iniciarem o seu percurso profissional. Além disso, é também uma oportunidade de desenvolverem competências e de se prepararem para responder aos desafios que lhes serão colocados no futuro, o que, em última instância, beneficia também o tecido empresarial e o próprio país. É por isso que, para além de potenciarmos as competências tecnológicas e digitais, procuramos trabalhar outras vertentes, como o pensamento estratégico, crítico e criativo, a capacidade de aprender, a vontade de mudar e a abertura às novas tecnologias, entre outros, que vão ajudar estas novas gerações a manterem-se resilientes e empregáveis ao longo de todo o seu percurso profissional.

Para além do Accelerate Challenge, mais focado na área das infraestruturas inteligentes, temos uma outra competição estudantil, chamada Prémio Geração Digital, que desafia os jovens a desenvolver soluções tecnológicas inovadoras que contribuam para a transformação do setor industrial em Portugal. A última edição chegou recentemente ao fim e foi ganha por uma equipa da Universidade de Aveiro.

Que outras iniciativas promove a empresa?

Além dos desafios atrás referidos, contamos com “embaixadores” em diversas universidades e institutos politécnicos, promovendo a realização de roadshows, dias abertos e feiras de emprego, Bolsas de Estudos, complementados por diferentes Academias e Programas de estágios, em áreas como finanças e tecnologias de informação. A título de exemplo, no ano passado, a Siemens recebeu 238 estagiários, 60% dos quais foram integrados na empresa. Esta é uma aposta que temos desde sempre e que pretendemos manter, porque ao formarmos estes jovens estamos a suprir a falta de recursos humanos nas áreas-chave de desenvolvimento da empresa e estamos a criar emprego altamente qualificado.

Somos também uma das empresas fundadoras da ATEC, uma Academia de Formação que se dedica ao desenvolvimento de cursos de formação profissional financiados para jovens e adultos e ao desenvolvimento de cursos de formação profissional contínua para ativos empregados.

Alguma equipa apresentou no Accelerate Challenge um projeto de infraestrutura elétrica que tenha dado origem a alguma nova tecnologia desenvolvida mais tarde pela Siemens?  

Ao integrarem as equipas da Siemens enquanto estagiários – caso sejam os vencedores das competições – os jovens estudantes terão oportunidade de contribuir para o desenvolvimento de tecnologias e soluções tecnológicas que procuram responder aos principais desafios que enfrentamos enquanto sociedade, como sejam as alterações demográficas ou climáticas, a eficiência energética ou a competitividade na indústria. Na área das infraestruturas inteligentes, podem vir a fazer parte de projetos relacionados com aqueles desafios em edifícios, redes de energia ou na mobilidade elétrica.

Outro dos propósitos destas competições é providenciar aos estudantes a oportunidade da utilização de tecnologias da Siemens – que serão úteis ao longo de toda a sua carreira profissional – para desenvolvimento dos projetos em causa, e assim conhecerem o impacto que estas podem ter na sociedade. No fundo, contribuir para que os jovens talentos estejam mais preparados para os desafios que vão encontrar quando ingressarem no mercado de trabalho.

Este ano, o desafio do Accelerate Challenge passa por desenvolver a infraestrutura elétrica de um centro de dados – uma área crítica para o país e para a economia nacional, que está em franco crescimento e que será fundamental para uma transformação digital bem-sucedida.

Algum dos vencedores encontrou o futuro profissional na Siemens, após a realização do projeto?

Sim, vários. Atualmente, fazem parte das nossas equipas antigos participantes do Accelerate Challenge e um deles está, até, a desenvolver o desafio deste ano. No geral, a avaliação que os ex-participantes fazem do concurso é de que os ajudou a evoluir enquanto profissionais e a adquirir competências importantes, que ainda hoje utilizam no seu dia a dia.

Para nós, este é um sinal muito positivo, reflexo de que a nossa aposta neste tipo de iniciativas continua a fazer a diferença junto dos jovens talentos. Tal como mencionei anteriormente, a Siemens comemora este ano 120 anos em Portugal, sendo, desde sempre, sinónimo de criação de valor e de emprego. Temos, neste momento, mais de 170 vagas abertas no nosso website para as várias localizações. Este é um legado para o qual a proximidade com a academia tem contribuído e que queremos reforçar.

 

 

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