As bolsas europeias arrancaram o ano em alta e a registar um melhor desempenho do que as suas congéneres norte-americanas. O alemão DAX subiu mais de 9% este ano e o francês CAC 40 aumentou 8%, valores superiores aos 2,45% do S&P 500. No mesmo sentido, o Stoxx 600 atingiu máximos históricos na semana passada e nem o aumento da incerteza política na Alemanha prejudicou o desempenho do índice de referência europeu. O FTSE 100 também atingiu um novo recorde de fecho. “O mercado europeu continua a oferecer um valor atrativo, sobretudo entre as empresas de grande capitalização com uma exposição diversificada”, disse Susana Cruz, estratega da Panmure Liberum, à Bloomberg.
O sentimento positivo dos investidores foi ainda alimentado pelos avanços nas negociações sobre o fim do conflito na Ucrânia. Entre as ações europeias com melhor desempenho durante este ano estão os bancos europeus Société Générale e Santander, e as marcas de luxo Burberry e Richemont. O entusiasmo dos investidores ocorre em um momento improvável: O BCE reviu em baixa o crescimento da zona euro, para 1,4% (manteve o crescimento em 2026 em 1,6%) e Trump declarou a intenção de introduzir tarifas que visam a UE.
A força da economia dos EUA — e do dólar — é uma boa notícia para grandes empresas europeias, que obtêm mais receita dos EUA do que de seus mercados domésticos. Isso significa que estão expostas a um crescimento mais rápido nos EUA, enquanto um dólar mais forte torna essas vendas mais valiosas quando convertidas em euros ou libras. As expectativas de que os bancos centrais da Europa cortem as taxas de juros de forma mais agressiva do que a Reserva Federal também são um motor para esse movimento.
As preocupações com o financiamento da NATO e os potenciais cortes na ajuda militar dos EUA geraram expectativas de que a Europa aumente as suas despesas com a defesa. No espaço de um ano, os títulos do grupo alemão Rheinmetall, que produz os carros de combate Marder e o tanque Leopard 2, dispararam 118%. Já a BAE Systems, a maior construtora de armamento do Reino Unido, registou uma subida de 0,88% este mês.
De acordo com Alberto Tocchio, analista da Kairos Partners, as praças europeias devem continuar a superar o desempenho das norte-americanas no curto prazo. “As tarifas de Trump podem não passar de uma arma de negociação”, explicou à Bloomberg.
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