Em oito anos, o Paris Saint-Germain já investiu 1,2 mil milhões de euros com o objetivo de vencer a Liga dos Campeões, verba que, até ao momento, só serviu para conquistas internas, conforme conta o “El Economista” esta quinta-feira.
Após assistir a um domínio de sete campeonatos consecutivos do Olympique Lyon, o clube parisiense que até então não tinha ganho qualquer campeonato no século XXI, foi adquirido pelo fundo da Autoridade de Investimento do Qatar, de Nasser Al-Khelaïfi.
O investimento inicial de 50 milhões de euros deu o mote a um ‘despejar’ de dinheiro com um duplo objetivo: transformar a equipa no novo líder francês e vencer a Liga dos Campeões. No entanto, este último desejo parece ser difícil de atingir por mais milhões que sejam investidos.
A eliminação na quarta-feira ‘aos pés’ do Manchester United por 1-3, depois de ter vencido em Inglaterra por 1-2, foi a sétima eliminação do emblema parisiense na principal prova europeia de clubes. Apesar de nos dois primeiros anos de domínio do capital do Qatar, o Paris Saint-Germain não ter jogado a Liga dos Campeões o investimento em jogadores de topo na época 2011/12, fez-se sentir através de nomes como Javier Pastore, Thiago Motta ou Kevin Gameiro, a serem orientados por Carlo Ancelotti.
Na temporada seguinte chegaram Thiago Silva, Zlatan Ibrahimovic, Ezequiel Lavezzi, Marco Verratti e Lucas Moura, e assim, em apenas duas épocas, eram investidos 258 milhões de euros, segundo o Transfermarkt. Em 2013/14, já com Laurent Blanc no comando técnico, vieram Edison Cavani e Marquinhos, como as contratações mais sonantes, num total de 135 milhões de euros, mas que apenas chegou para reconquistar o campeonato e vencer a Taça da Liga.
Contudo a eliminação nos quartos-de-final da Champions perante do Chelsea e a sanção da UEFA por violar as regras do fairplay financeiro, ‘mergulhou’ o emblema de Paris num verão de 2014 com uma única grande compra, a de David Luiz. O resultado foi o mesmo: domínio total em França, ao fazer o triplete com Liga, Taça de França e Taça da Liga) e nova eliminação nos quartos-de-final contra o Barcelona.
A chegada de Angel di Maria, em 2015/16 contribuiu para os 116 milhões de euros em novos jogadores e a repetição do triplete em França. Só que na Liga dos Campeões os quartos-de-final, desta vez contra o Manchester City, voltaram a ser o limite europeu dos franceses. Uma eliminação que levou à saída de Laurent Blanc, substituído por Unai Emery.
A primeira temporada do técnico basco serviu para o aumento da ‘maldição’ do clube parisiense, ficando em segundo lugar na liga atrás do Monaco, depois de um investimento de 116 milhões de euros e mais uma vez eliminado pelo Barcelona na Liga dos Campeões, no histórico 6-1 no Camp Nou.
No verão de 2017, chegou ao clube o português Antero Henrique, vindo do FC Porto, para o cargo de diretor desportivo. Os franceses fizeram história ao pagarem a cláusula de Neymar de 222 milhões de euros, e a venda com opção de compra obrigatória (135 milhões mais variáveis no ano seguinte) de Kylian Mbappé, do Mónaco.
Estas duas transferências levantaram suspeitas por parte da UEFA, que investigou as contratações face a uma possível infração ao fairplay financeiro. O clube recuperou a hegemonia em França ao vencer todas as provas, mas na Europa teve de lidar com Real Madrid nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, sendo novamente eliminado.
Esta temporada o alemão Thomas Tuchel tomou conta da equipa e tinha a missão de finalmente realizar o objetivo para qual tantos milhões foram investidos e nos últimos anos. No entanto, a ligação do PSG-Qatar continua igual: oito anos de investimento com cinco campeonatos, cinco Taças de França, cinco Taças da Liga e seis Supertaças até ao momento, mas um fracasso desportivo e financeiro ao nível europeu face ao plano delineado em 2011.
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