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Como desperdiçar 1,2 mil milhões de euros? Paris Saint-Germain volta a falhar na Liga dos Campeões

Em 2011, o clube francês foi comprado pelo fundo de Autoridade e Investimento do Qatar, de Nasser Al-Khelaïfi, com um investimento inicial de 50 milhões de euros. Contudo, o fracasso europeu continua e nem os títulos internos amenizam a frustração dos adeptos.
7 Março 2019, 17h43

Em oito anos, o Paris Saint-Germain já investiu 1,2 mil milhões de euros com o objetivo de vencer a Liga dos Campeões, verba que, até ao momento, só serviu para conquistas internas, conforme conta o “El Economista” esta quinta-feira.

Após assistir a um domínio de sete campeonatos consecutivos do Olympique Lyon, o clube parisiense que até então não tinha ganho qualquer campeonato no século XXI, foi adquirido pelo fundo da Autoridade de Investimento do Qatar, de Nasser Al-Khelaïfi.

O investimento inicial de 50 milhões de euros deu o mote a um ‘despejar’ de dinheiro com um duplo objetivo: transformar a equipa no novo líder francês e vencer a Liga dos Campeões. No entanto, este último desejo parece ser difícil de atingir por mais milhões que sejam investidos.

A eliminação na quarta-feira ‘aos pés’ do Manchester United por 1-3, depois de ter vencido em Inglaterra por 1-2, foi a sétima eliminação do emblema parisiense na principal prova europeia de clubes. Apesar de nos dois primeiros anos de domínio do capital do Qatar, o Paris Saint-Germain não ter jogado a Liga dos Campeões o investimento em jogadores de topo na época  2011/12, fez-se sentir através de nomes como Javier Pastore, Thiago Motta ou Kevin Gameiro, a serem orientados por Carlo Ancelotti.

Na temporada seguinte chegaram Thiago Silva, Zlatan Ibrahimovic, Ezequiel Lavezzi, Marco Verratti e Lucas Moura, e assim, em apenas duas épocas, eram investidos 258 milhões de euros, segundo o Transfermarkt. Em 2013/14, já com Laurent Blanc no comando técnico, vieram Edison Cavani e Marquinhos, como as contratações mais sonantes, num total de 135 milhões de euros, mas que apenas chegou para reconquistar o campeonato e vencer a Taça da Liga.

Contudo a eliminação nos quartos-de-final da Champions perante do Chelsea e a sanção da UEFA por violar as regras do fairplay financeiro, ‘mergulhou’ o emblema de Paris num verão de 2014 com uma única grande compra, a de David Luiz. O resultado foi o mesmo: domínio total em França, ao fazer o triplete com Liga, Taça de França e Taça da Liga) e nova eliminação nos quartos-de-final contra o Barcelona.

A chegada de Angel di Maria, em 2015/16 contribuiu para os 116 milhões de euros em novos jogadores e a repetição do triplete em França. Só que na Liga dos Campeões os quartos-de-final, desta vez contra o Manchester City, voltaram a ser o limite europeu dos franceses. Uma eliminação que levou à saída de Laurent Blanc, substituído por Unai Emery.

A primeira temporada do técnico basco serviu para o aumento da ‘maldição’ do clube parisiense, ficando em segundo lugar na liga atrás do Monaco, depois de um investimento de 116 milhões de euros e mais uma vez eliminado pelo Barcelona na Liga dos Campeões, no histórico 6-1 no Camp Nou.

No verão de 2017, chegou ao clube o português Antero Henrique, vindo do FC Porto, para o cargo de diretor desportivo. Os franceses fizeram história ao pagarem a cláusula de Neymar de 222 milhões de euros, e a venda com opção de compra obrigatória (135 milhões mais variáveis ​​no ano seguinte) de Kylian Mbappé, do Mónaco.

Estas duas transferências levantaram suspeitas por parte da UEFA, que investigou as contratações face a uma possível infração ao fairplay financeiro. O clube recuperou a hegemonia em França ao vencer todas as provas, mas na Europa teve de lidar com Real Madrid nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, sendo novamente eliminado.

Esta temporada o alemão Thomas Tuchel tomou conta da equipa e tinha a missão de finalmente realizar o objetivo para qual tantos milhões foram investidos e nos últimos anos. No entanto, a ligação do PSG-Qatar continua igual: oito anos de investimento com cinco campeonatos, cinco Taças de França, cinco Taças da Liga e seis Supertaças até ao momento, mas um fracasso desportivo e financeiro ao nível europeu face ao plano delineado em 2011.

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