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Bolsas mundiais pressionadas com cortes nas previsões de crescimento

O abrandamento da economia e à possível e quebra dos lucros das empresas, o mercado foca-se na concretização de um acordo comercial.
Draghi
8 Março 2019, 08h30

As ações a nível mundial reagiram em baixa às previsões económicas publicadas pela OCDE e pelo Banco Central Europeu. A OCDE cortou nas suas previsões para a economia global para 2019 e 2020. A organização destacou a importância de reformas coordenadas dentro da Europa para reforçar as perspetivas de crescimento. No documento, é também visível que ainda existe uma ampla incerteza política na Europa, sobretudo o Brexit, e que uma saída desordenada irá subir os custos para a Europa de forma substancial. Já o Banco Central Europeu alterou o rumo do seu plano de contenção, adiou o timing relativo a uma subida de taxas para o final de 2019 e ofereceu aos bancos uma nova série de empréstimos plurianuais de forma a impulsionarem a recuperação da economia da Zona Euro. A decisão de adiar futuras subidas de taxas de juro surgiu após vários bancos centrais de outros países como a Fed terem seguido o mesmo rumo. Anteriormente, a instituição havia decidido manter as mesmas em mínimos pelo menos até ao outono. Mario Draghi referiu também que o crescimento e a inflação na Zona Euro serão mais fracos que o esperado.

O mercado continua a aguardar pacientemente por um acordo comercial entre a China e os EUA, tendo sido noticiado que Trump estará a pressionar os negociadores do seu país a alcançarem um consenso com os asiáticos num curto espaço de tempo. Wall Street registou também várias sessões consecutivas em queda depois do Livro Bege publicado pela Fed ter revelado que o crescimento deverá ser moderado nos primeiros dois meses do ano. Para além disso, o facto de o relatório do emprego ADP ter destacado uma criação de postos de trabalhos líquidos abaixo do previsto causou alguma pressão sobre o mercado norte-americano. O facto de o défice comercial dos EUA ter atingido máximos de 10 anos em nada ajudou as ações de Wall Street a negociarem em alta.

O índice bolsista português renovou máximos de outubro de 2018, suportado pelo ligeiro otimismo sobre as negociações comerciais. Contudo, no final da semana o PSI 20 seguiu a tendência europeia e corrigiu parte dos recentes ganhos. Em Portugal, as últimas duas semanas ficaram marcadas pela divulgação de resultados de cotadas. O BCP obteve um resultado de 301.1 milhões em 2018 e anunciou que quer entregar 10% dos lucros, o que deverá corresponder a €0.2 cêntimos por ação. É de notar que de acordo com o plano estratégico do banco, a meta é alcançar um payout de 40%. O BCP ainda alcançou níveis próximos de máximos deste ano, mas foi pressionado após o BCE ter prorrogado a subida de taxas de juro para o final do ano, o que levou o setor bancário europeu a afundar nessa sessão. A Jerónimo Martins lucrou €401 milhões de euros em 2018, tendo as vendas do grupo subido 6.5%, e propôs um dividendo bruto por ação de €0.325. A Sonae Capital apresentou um prejuízo de €3.26 milhões de euros, representando uma redução considerável face aos €5.4 milhões de euros que a empresa registou em 2017. A EDP Renováveis tem vindo a renovar máximos de outubro de 2018. A elétrica fechou dois contratos de compra e venda de energia com a Microsoft, no qual ficou acordado a venda de energia eólica durante 15 anos.

 

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