Regulador alemão avalia oferta de aquisição de 29,9% do Commerzbank pelo Unicredit

O regulador alemão está a avaliar a oferta feita pelo banco italiano Unicredit para a aquisição de 29,9% do banco alemão Commerzbank, avança esta quarta-feira a agência noticiosa Reuters. O regulador deve ter até um mês para decidir se este negócio coloca algum tipo de problema no setor.

De salientar que Unicredit, reportou, ao longo do último ano, o aumento da sua posição no Commerzbank. Em setembro, o banco italiano foi reportando participações cada vez maiores no Commerzbank, que passaram de 9% para os 21%.

Nesse mesmo mês, a Reuters avançou que o banco italiano pediu autorização ao Banco Central Europeu (BCE) para adquirir até 30% do banco alemão. O CEO do Unicredit, Andrea Orcel, já chegou a admitir a aquisição por completo do Commerzbank.

Mais tarde, em dezembro, foi anunciado um novo reforço da posição acionista do Unicredit no banco alemão, com esta a cifrar-se nos 28% (9,5% diretos e 18,5% através de derivados), como avançou o jornal “Cinco Diás”.

Em fevereiro deste ano após reportar lucros de 9,7 mil milhões em 2024, uma subida de 2% face a 2023, o CEO do Unicredit, Andrea Orcel, revelou à CNBC, que “não descartava” aumentar a participação do banco no Commerzbank. Ou seja, atingir os tais 29,9% face à atual posição de 28% que possui no banco alemão.

A Fitch já tinha considerado, em outubro de 2024,  que uma aquisição completa do Commerzbank, pelo Unicredit, “poderia melhorar a nossa avaliação do ambiente operacional, do perfil de negócios, do perfil de risco e da qualidade dos ativos do UniCredit, e reduzir significativamente a sua vulnerabilidade ao Estado e à economia italianos”.

Unicredit lançou OPA ao BPM

Para além de ter reforçado a sua posição no Commerzbank, o Unicredit lançou, em novembro de 2024, uma oferta pública de aquisição (OPA), avaliada em 10 mil milhões de euros, para adquirir o banco italiano BPM.

Esta movimentação do Unicredit, pelo BPM, não foi bem vista por um membro do conselho deste último, que em declarações à agência de notícias italiana ANSA, considerou que a oferta era “hostil”.