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Governo de Trump aumenta tarifas sobre produtos chineses para 20%

A administração liderada pelo republicano critica Pequim por não fazer o suficiente para limitar o fluxo de fentanil para os Estados Unidos.
Trump
FILE PHOTO: Former U.S. President Donald Trump speaks to an audience at the “American Freedom Tour” event in Memphis, Tennessee, U.S., June 18, 2022. REUTERS/Karen Pulfer Focht/File Photo
4 Março 2025, 12h30

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump assinou hoje uma ordem executiva que aumenta as tarifas sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos de 10% para 20%, revelou a Casa Branca.

A administração liderada pelo republicano critica Pequim por não fazer o suficiente para limitar o fluxo de fentanil para os Estados Unidos.

As tarifas, inicialmente anunciadas em 01 de fevereiro como uma medida para combater a crise dos opioides que assola o país, entram agora em vigor devido à incapacidade da China de “combater a inundação de fentanil que flui para o nosso país”, destacou a Casa Branca, numa publicação na rede social X.

Trump garantiu também hoje que as tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá vão começar na terça-feira, o que gera receios de uma guerra comercial na América do Norte.

O chefe de Estado norte-americano tinha dito que as tarifas são para forçar os dois vizinhos dos EUA a intensificar a sua luta contra o tráfico de fentanil para os EUA, mas realçou hoje que “já não há espaço para o México ou para o Canadá” evitarem as novas tarifas elevadas.

As declarações do republicano abalaram de imediato o mercado bolsista dos EUA, com o índice S&P 500 a cair 2% nas negociações da tarde de hoje (hora local).

“Não há dúvida de que o governo está a tentar resolver os problemas do fentanil e da imigração, e estes impostos deram-lhe vantagem sobre o Canadá e o México, como a sua resposta demonstrou”, frisou Ryan Majerus, antigo funcionário comercial dos EUA que agora é advogado.

A presidente mexicana Claudia Sheinbaum já garantiu que o México tem “um plano A, um plano B, um plano C e um plano D” contra estes novos impostos.

“Se Trump está a impor tarifas, estamos prontos”, garantiu a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, em reação às declarações de Trump.

Donald Trump enfatizou durante a sua campanha eleitoral que as taxas alfandegárias eram “as suas palavras favoritas”.

Disse que queria usá-los para reequilibrar a balança comercial norte-americana, financiar em parte a sua promessa de reduzir os impostos e impor “respeito” aos parceiros dos Estados Unidos.

O presidente norte-americano já anunciou a sua intenção de taxar o aço e o alumínio e o lançamento de uma investigação com o objetivo de fazer o mesmo com os produtos florestais.

Os produtos agrícolas importados foram hoje adicionados à lista, com Trump a dizer que também serão taxados a partir de 02 de abril.

Numa mensagem publicada na sua rede social Truth Social, o presidente norte-americano convidou “os grandes agricultores dos Estados Unidos” a prepararem-se para “produzir muito mais produtos agrícolas para os vender dentro dos Estados Unidos”.

A perspetiva das tarifas, no entanto, começa a preocupar os americanos, tanto os consumidores como as empresas.

No final de fevereiro, dois índices de confiança dos consumidores caíram a pique, pressionados pelos receios de uma recuperação da inflação. Este está a lutar para regressar à meta de 2% da Reserva Federal (Fed) e até aumentou ligeiramente no final de 2024.

Esta é uma informação essencial, pois o presidente americano deve a sua vitória principalmente à sua promessa de baixar os preços e melhorar o poder de compra das famílias.

A divulgação hoje do índice de produção industrial do ISM foi acompanhada por comentários sobre os receios em vários sectores de que as tarifas se tornem uma nova realidade.

“Os aumentos de preços foram acelerados pelas tarifas, levando a atrasos na realização de novos pedidos, interrupções de fornecedores e impactos no stock”, salientou Timothy Fiore, funcionário do ISM.

Os fabricantes dos setores químico, dos transportes, das máquinas-ferramentas e alimentar começam a mencionar cada vez mais abertamente o impacto das taxas alfandegárias nos seus negócios.

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