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Governo/Crise: BE considera que Montenegro não esclareceu questões e violou dever de exclusividade

“Não há nada que se acrescente. Eu não vejo nada de novo sobre as perguntas de quem são os clientes não regulares, qual o montante das avenças pagas em particular por cada cliente, qual o serviço que foi prestado a cada cliente, quem foram os trabalhadores alocados a cada serviço, qual o vínculo desses trabalhadores. Ninguém que leia estes documentos ficará esclarecido acerca disso”, criticou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.
Cristina Bernardo
10 Março 2025, 21h35

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou hoje que o primeiro-ministro não esclareceu as dúvidas do partido sobre a empresa Spinumviva e que violou o seu dever de exclusividade, responsabilizando-o por eleições antecipadas.

“Não há nada que se acrescente. Eu não vejo nada de novo sobre as perguntas de quem são os clientes não regulares, qual o montante das avenças pagas em particular por cada cliente, qual o serviço que foi prestado a cada cliente, quem foram os trabalhadores alocados a cada serviço, qual o vínculo desses trabalhadores. Ninguém que leia estes documentos ficará esclarecido acerca disso”, criticou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

A dirigente bloquista – que falava depois de terem sido conhecidas as respostas às perguntas colocadas por BE e Chega a Luís Montenegro – afirmou que o seu partido mantém, neste contexto, a conclusão de que o primeiro-ministro violou o seu dever legal de exclusividade de funções.

“O que estas respostas mostram e confirmam é que a empresa era Luís Montenegro e que Luís Montenegro era a empresa. Os clientes foram angariados por Luís Montenegro, os serviços foram prestados por Luís Montenegro, as avenças foram contratadas por Luís Montenegro. Luís Montenegro recebeu as avenças antes de ser primeiro-ministro e também depois de ser primeiro-ministro e por isso esteve em violação da regra da obrigação legal de exclusividade”, argumentou.

Mariana Mortágua responsabilizou ainda o presidente do PSD pelo atual cenário de crise política no país, cerca de um ano depois de o executivo ter tomado posse.

“Acho que é irónico um Governo que apresenta uma moção de confiança atirar para outros a responsabilidade do resultado dessa moção de confiança. Se o Governo não quer eleições, não apresenta uma moção de confiança. Toda a gente compreendeu que o primeiro-ministro quer eleições”, defendeu.

Neste contexto, o BE vai manter o seu voto contra a moção de confiança que o executivo PSD/CDS submeteu ao parlamento e cujo debate está agendado para terça-feira, na Assembleia da República.

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