Os acontecimentos mais recentes – com epicentro do outro lado do Atlântico – vêm lembrar-nos quão frágil é a paz construída após a Segunda Guerra Mundial e como a ideia atual de Europa é, afinal, tão recente.
Em “Reinos Desaparecidos. História de uma Europa quase esquecida”, o historiador inglês Norman Davies repõe a verdade dos factos e reconstrói, entre os ecos fantasmagóricos de estados ignorados, uma biografia da Europa que vai reformular a nossa perspetiva acerca da ascensão e queda das nações, bem como da impermanência das organizações políticas.
Numa altura em que a Europa se confronta com alguns espasmos de dor que não são de crescimento, mas de afirmação e continuidade, recordá-lo pode ajudar a aliviar alguma da atual e justificada angústia, apesar de a União Europeia ser, a todos os níveis, uma das mais belas ideias políticas de todos os tempos.
Do Reino de Tolosa, fundado na Gália pelo visigodo Vália – que alguns têm por filho ilegítimo de Alarico –, em 418, até ao fim da União Soviética das Repúblicas Socialistas, em 1991, passando pela fascinante Burgúndia (fundada por um povo escandinavo oriundo das margens meridionais do mar Báltico, teve várias configurações, abrangendo áreas hoje na Alemanha e França), a Etrúria (uma das invenções de pouca dura de Napoleão) ou a Tsernagora (de certa forma, consequência de uma crise na Sérvia que afetou o Montenegro, logo na primeira década do séc. XX).
O livro é editado pela Edições 70, com tradução de Miguel Mata.
Eis a sugestão de leitura desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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