A obra “Living Architecture: Gehry” de Refik Anadol foi criada através de inteligência artificial e da arte generativa, num exercício em torno do processo criativo por detrás da arquitetura viva do arquiteto Frank Gehry, na qual “as imagens tornam-se uma ponte entre o que foi e o que ainda não existe”, lê-se na nota de apresentação desta exposição imersiva do Museu Guggenheim de Bilbau, que pode ser vista atá 19 de outubro.
O artista começou por recolher uma vasta gama de dados de acesso livre de origem ética, bem como imagens de arquitetura e documentos gráficos relacionados com as obras do arquiteto Frank Gehry e integra “uma nova série de exposições dedicadas à apresentação de instalações específicas que transcendem as fronteiras da prática contemporânea”, refere o site do Museu Guggenheim de Bilbau.
Objetivo? Mostrar o trabalho de “artistas que trabalham nos domínios da arte, tecnologia, música e performance”, e que investigam “formas alternativas de percecionar e habitar o espaço”, lê-se no site do Museu, num ciclo de exposições designado “in situ”.
Inspirando-se na arquitetura de Frank Gehry, a peça de Anadol reinterpreta o seu legado num espetáculo visual intensificado pela paisagem sonora imersiva composta por Kerim Karaoglu, que combina áudio gerado por inteligência artificial (IA) com gravações feitas no próprio Museu.
A prática de Refik Anadol, nas suas palavras, remete para a utilização de “dados como pigmento”, o que lhe permite reinterpretar o processo criativo subjacente às obras de arte baseadas em inteligência artificial. No fundo, o artista convida o público a experimentar “os dados como um meio expressivo e dinâmico. Uma forma de pigmento digital que dá nova vida à narrativa criativa”.
Anadol nasceu em Istambul, na Turquia, em 1985, fez mestrado em Belas-Artes na Universidade de Bilgi, a sua cidade natal e, posteriormente mudou-se para os EUA. No seu estúdio, em Los Angeles, Refik pesquisa e desenvolve abordagens inovadoras para as narrativas de dados. Paralelamente, leciona na UCLA (Universidade da Califórnia, em Los Angeles) no Departamento de Design Media Arts.
Na opinião do artista, a arte gerada pela IA não vai fazer com que os artistas tradicionais fiquem obsoletos. Acredita, sim, que a utilização da IA irá criar mais oportunidades digitais para os artistas desenvolverem seu trabalho, incluindo testarem dimensões que até agora desconheciam. “Os artistas do futuro poderão explorar mundos que nunca teriam imaginado no passado”, disse Anadol numa entrevista, “portanto, de uma certa maneira, isso elevará o nível da arte convencional.”
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