Rodeado por todos os lados pela África do Sul, o Lesoto surgiu repentinamente no topo das agendas noticiosas à custa da cegueira das contas da administração norte-americana em torno das novas tarifas – e que a maioria dos analistas financeiros considera simples aritmética de mercearia.
O país, independente desde 1966, e com uma população de dois milhões de pessoas, tem um PIB de seis mil milhões de dólares (estimativa para 2023) e um produto per capital que não vai além dos 2.600 dólares por ano. Surpreendentemente, era o país – antes da hecatombe dos 104% destinados à China – que liderava a tabela das novas tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos países “que não são nossos amigos”.
Essa ‘inimizade’ consubstancia-se no facto de ter vendido aos Estados Unidos 240 milhões de dólares de mercadorias e ter importado apenas três milhões. Feitas as contas à moda de Washington, o défice é gigantesco para o lado dos Estados Unidos, que importam do Lesoto 80 vezes mais que aquilo que importam. Não estavam sozinhos: Madagáscar, que fica logo ali ao lado e onde 75% da população vive na pobreza, ‘levou’ com uma tarifa de 47%.
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