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Tanure com limite de votos a 10% na Assembleia-Geral da Pharol

CMVM conclui que Nelson Tanure tem cerca de 19% da Pharol. A CMVM concluiu a investigação que estava a levar a cabo, e notificou as três empresas com a imputação de votos e o presidente da mesa da AG. As empresas têm 30 dias para se pronunciar no período de audiência de interessados.
Luís Palha da Silva, CEO da Pharol
29 Março 2019, 10h27

Hoje realiza-se, dia 29 de março, às 11 horas da manhã, a Assembleia Geral da Pharol. A novidade é que, na sequência da investigação da CMVM, os acionistas High Bridge Unipessoal, detentora de 89.551.746 ações, correspondentes a 9,99%; High Seas Investments com 2,41%; e a Blackhill Holding (de Nelson Tanure) com 7,06% vão contar como um único acionista para efeitos de imputação de votos, na Assembleia de uma empresa que tem os votos blindados a 10%.

O presidente da mesa da Assembleia Geral, Diogo Lacerda Machado, vai assim ser chamado a considerar as ações das três sociedades como imputadas a Nelson Tanure, o empresário brasileiro que é oficialmente dono da Blackhill Holding. Ao todo somam mais de 19%.

O Código de Valores Mobiliários, no âmbito do Artigo 20.º (imputação de direitos de voto), refere que “no cômputo das participações qualificadas consideram-se, além dos inerentes às ações de que o participante tenha a titularidade ou o usufruto, os direitos de voto que são detidos por terceiros em nome próprio, mas por conta do participante; detidos por sociedade que com o participante se encontre em relação de domínio ou de grupo; detidos por titulares do direito de voto com os quais o participante tenha celebrado acordo para o seu exercício, salvo se, pelo mesmo acordo, estiver vinculado a seguir instruções de terceiro”.

A CMVM concluiu a investigação que estava a levar a cabo, e notificou as três empresas com a imputação de votos e o presidente da mesa da AG. As empresas têm 30 dias para se pronunciar no período de audiência de interessados.

A High Bridge acabou por retirar os pontos que tinha introduzido na agenda da Assembleia Geral. Um dos pontos era a redução do número atual de membros do conselho de administração da Pharol de 11 para nove “com a consequente de destituição de dois dos administradores nomeados, os senhores Bryan Schapira (do fundo Adar) e Aristóteles Luís Vasconcelos Drummond, com efeitos imediatos”. A High Bridge justificou que “não se afigura existir qualquer vantagem na manutenção de um conselho de administração com um número tão elevado de membros”.

A High Bridge propôs ainda a destituição dos membros do conselho de administração Maria do Rosário Pinto Correia, Maria Leonor Modesto, Pedro Morais Leitão e Jorge Cardoso (Novo Banco), propondo em substituição quatro novos nomes para o período remanescente do mandato em curso 2018-2020.

Os nomes propostos para administradores eram Denise dos Passos Ramos, Ronaldo Carvalho da Silva, Carlos Eduardo Bulhões Pedreira e João Manuel Pisco de Castro (Visabeira). Este último recusou logo integrar a lista de administradores da Pharol.

A High Bridge na proposta dizia que era preciso “romper de uma vez com o passado recente” e invoca a importância do “cumprimento da nova estratégia da Pharol”.

Mas, na sequência da investigação da CMVM a mesma sociedade retirou os pontos que tinha anexado.

A Pharol tem como acionistas a Oi/​Telemar  com 10%; a High Bridge com 9,99%; Novo Banco com 9,56%; a ​​Blackhill Holding (de Nelson Tanure) com ​6,31%; o fundo Adar Macro Fund com 4,8% e a High Seas Investments com 2,41%. Recorde-se que a Pharol tem os votos blindados a 10%.

(atualizada)

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