A realização de ações de sensibilização junto das comunidades e dos territórios, promovendo um debate sobre temas essenciais que impactam diretamente no desenvolvimento das regiões (tecnologia ao serviço do desenvolvimento do território, o ciberespaço e a cibersegurança, a inteligência artificial, as smart cities e as secure regions), ajudam a construir as bases para um futuro que já está aí a chegar.
Passar esta mensagem, um pouco por todo o País, ajuda também a firmar um compromisso das regiões e das populações, com temas tão importantes como a inovação e a adaptação às novas realidades tecnológicas.
O mundo digital é, cada vez mais, um fator determinante para o crescimento e sustentabilidade dos territórios. Neste contexto, os territórios posicionam-se de forma estratégica ao debater as temáticas desta dimensão, demonstrando abertura para a transformação digital e a necessidade de um planeamento estruturado para enfrentar os desafios da cibersegurança e da inovação tecnológica.
Passar a mensagem às forças vivas das comunidades, que têm que se adaptar a este novo mundo. E este debate fomenta também a atenção da comunidade tecnológica, envolvendo agentes empresariais do setor, chamando as tecnológicas para o território, mesmo que ele seja do interior.
Hoje, estas terras são olhadas com outra perspetiva. Há qualidade de vida, a habitação ainda é acessível a todos e os preços alimentares não são exagerados. Este é terreno fértil para uma nova geração de empreendedores, os “nómadas digitais”, que podem ser fator decisivo para a reorganização do território que os acolhe. Dando-lhes ferramentas adequadas para que possam, tecnologicamente falando, produzir e criar esse valor tão apetecido e que contribui para o crescimento da economia local. As regiões e o poder local têm demonstrado uma crescente preocupação com a modernização das suas infraestruturas e a implementação de soluções tecnológicas inovadoras.
Levar esta mensagem ao território permite aproximar especialistas, decisores políticos, empresários e a comunidade em geral, proporcionando um espaço de reflexão sobre como a tecnologia pode ser usada para potenciar o território. Juntando à mesma mesa outros assuntos de envolvência comum, como o ciberespaço e a segurança digital. Atualmente, qualquer município ou instituição enfrenta desafios relacionados com a cibersegurança (desde ataques informáticos a vulnerabilidades em infraestruturas críticas). Municípios de menor dimensão não estão imunes a estas ameaças e, muitas vezes, encontram-se mais expostos devido à falta de recursos especializados para lidar com esses riscos que criam danos assinaláveis.
Consolidar esta mensagem pelas comunidades permite não só discutir as ameaças, mas também apresentar estratégias e ferramentas para proteger infraestruturas, dados e serviços públicos. A partilha de conhecimento entre especialistas e agentes locais reforça a capacidade das regiões para prevenir e responder a ataques digitais, garantindo a proteção de empresas, instituições públicas e cidadãos.
A inteligência artificial (IA) é outro dos temas em destaque, com um enfoque especial no seu impacto na administração pública, nas empresas e no quotidiano das comunidades. Com a capacidade de processar grandes volumes de dados e gerar análises preditivas, a IA pode ser uma aliada poderosa na gestão municipal, na mobilidade urbana e na eficiência dos serviços públicos.
Ao debater este tema, as comunidades destacam a necessidade de políticas que promovam uma adoção responsável da IA, garantindo que as soluções tecnológicas implementadas sejam éticas, transparentes e benéficas para os cidadãos. A região pode tirar grande partido da IA para melhorar a eficiência administrativa, otimizar os transportes, reforçar a segurança e até impulsionar o turismo, através da personalização da experiência dos visitantes.
E se a mensagem passa pela segurança digital e desenvolvimento tecnológico do território, então falamos também do modelo de smart city (não é exclusiva das grandes cidades). Municípios de menor dimensão podem e devem adotar soluções inteligentes para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. Esta discussão traz exemplos concretos de como a tecnologia pode ser aplicada para otimizar a gestão de recursos, como água e energia, melhorar a mobilidade e reforçar a segurança pública.
A integração de sensores, sistemas de monitorização e plataformas digitais na gestão urbana permite reduzir custos, minimizar desperdícios e aumentar a eficiência dos serviços. Ao investir na digitalização, os municípios não só tornam-se mais sustentáveis, como também mais atrativos para novos investimentos e para a fixação de população jovem e qualificada. Por outro lado, o conceito de secure region reforça a necessidade de garantir que a transformação digital seja acompanhada de medidas robustas de segurança.
O crescimento da interconectividade traz novos desafios, e é essencial que o poder local adote políticas que protejam os seus sistemas e garantam a integridade dos dados e infraestruturas críticas. A tecnologia não é um fator secundário no desenvolvimento dos territórios. É um motor essencial para a inovação, a competitividade e a qualidade de vida.
A passagem desta mensagem ajuda a criar uma visão estratégica para a digitalização do território, promovendo um alinhamento entre o setor público, o setor privado e a sociedade civil e, sobretudo, com o Associativismo Empresarial. Esta discussão deve ser vista como um ponto de partida para a implementação de políticas concretas que acelerem a transformação digital na região, reforçando a necessidade de dar continuidade a estas iniciativas, criando espaços regulares de debate, investimento em formação digital para os cidadãos e promoção de parcerias com empresas tecnológicas.
Só assim os municípios podem consolidar-se como território inovador, seguro e atrativo para o futuro. A tecnologia não é apenas uma tendência, é a base sobre a qual se constrói o progresso. Debater tecnologia e o mundo digital é posicionar a comunidade para o cumprimento de um objetivo: como o digital pode ser um aliado na construção de um território mais forte e resiliente.