A administração norte-americana presidida por Donald Trump não conseguiu reduzir a despesa nos seus primeiros 100 dias do mandato (20 de fevereiro a 29 de abril). Isto acaba por ir contra um dos propósitos da criação do Doge, o departamento governamental norte-americano, ao qual está associado Elon Musk, que entre os seus objetivos modernizar a administração pública e com isso gerar poupanças para os contribuintes.
Nos primeiros 100 dias do mandato a administração de Donald Trump acabou por gastar mais 200 mil milhões de dólares (177,8 mil milhões de euros) quando comparado com o mesmo período do ano anterior.
De acordo com os dados compilados pelo canal televisivo norte-americano CBS os gastos do Governo estão superiores em nove dos últimos 10 anos. E mesmos o valor do corte da despesa divulgado pelo Doge acaba por não ter impacto naquilo que a dívida do país e também no défice que acumula nas suas contas. A CBS coloca a dívida norte-americana nos 36,2 biliões de dólares (32,1 biliões de euros) e a média da despesa federal dos Estados Unidos nos últimos cinco anos em 7,1 biliões de dólares, enquanto que o défice (balanço entre receita e despesa da administração norte-americana) no ano fiscal de 2024 se saldou em 1,8 biliões de dólares. Enquanto isso as poupanças que o Doge diz ter feito ficam em 160 mil milhões de dólares.
A CBS sublinha que as poupanças que o Doge alega ter feito representam menos de 2% do orçamento norte-americano, o equivalente a um corte na despesa de 200 dólares por mês (177 euros) num família com despesas mensais de 10 mil dólares (8,8 mil euros). As poupanças da Doge, acrescenta o canal televisivo representam também 0,5% da dívida norte-americana o que significa uma redução de 50 dólares (44 euros) para uma dívida de 10 mil dólares (8,8 mil dólares).
Os dados da CBS referem que em 2025, para os primeiros 100 dias do mandato de Trump, a despesa fixou-se nos 2,23 biliões de dólares (1,98 biliões de euros), ficando acima dos 2,06 biliões de 2024 (1,83 biliões de euros), e dos 2,01 biliões de 2023 (1,79 biliões de euros). Ou seja são mais 200 mil milhões de dólares de subida na despesa entre 2025 e 204.
O maior aumento de despesa nos primeiros 100 dias do mandato de Trump, face a igual período do ano passado, vai para os pagamentos da Segurança Social que se fixaram em 389,8 mil milhões de dólares (346,6 mil milhões de euros), um acréscimo de 37,4 mil milhões de dólares (33,2 mil milhões de euros) face a igual período de 2024.
Segue-se a despesa associada aos sistema de saúde Medicare que atingiram os 311,8 mil milhões de dólares (277,3 mil milhões de euros), em 2025, um incremento de 37,2 mil milhões de dólares (33 mil milhões de euros) face a ano anterior.
Na lista aparece ainda os juros pagos ao nível dos títulos do tesouro norte-americanos que nos primeiros 100 dias da governação de Trump atingiram os 147,5 mil milhões de dólares (131,1 mil milhões de euros), um crescimento de 28,5 mil milhões de dólares (25,3 mil milhões de euros) face ao período homólogo.
O Departamento da Defesa viu a despesa subir mais 13,2 mil milhões de dólares (11,7 mil milhões de euros) face ao ano anterior para os 130,3 mil milhões de dólares (115,8 mil milhões de euros), seguindo-se os reembolsos de impostos onde o acréscimo foi de 10,5 mil milhões de dólares (9,3 mil milhões de euros), face a 2024, para um total de 244,1 mil milhões de dólares (217 mil milhões de euros).
No departamento ligado aos assuntos dos Veteranos militares teve uma acréscimo de despesa de 8,8 mil milhões de dólares (7,8 mil milhões de euros), face ao ano passado, para os 32,9 mil milhões de dólares (29,2 mil milhões de euros).
O Departamento de Agricultura soma uma despesa superior em 7,7 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros), face a 2024, para os 15,3 mil milhões de dólares (13,6 mil milhões de euros). Na lista segue-se o departamento de Saúde que tem uma despesa total de 7,2 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) o que representa um aumento de 7,2 mil milhões de dólares face a 2024.
O Medicaid teve uma subida de 7,2 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) na despesa, nos primeiros 100 dias da administração de Trump, face a igual período de 2024, para um total de 180 mil milhões de dólares (160 mil milhões de euros).
A agência federal de gestão de emergência finaliza o Top 10 com um incremento da despesa de 6,5 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros), para os 15,8 mil milhões de dólares (14 mil milhões de euros).
A lista da CBS identifica 69 entidades, que incluem a 10 entidades referidas, que apresentaram mais despesa nos primeiros 100 dias do mandato de Donald Trump, face a 2024.
Contudo 20 entidades apresentaram cortes na despesa.
O Departamento da Educação teve uma redução na despesa de 6,5 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros), em 2025, face a 2024, para os 62,9 mil milhões de dólares (55,9 mil milhões de euros). A entidade Federal Employees Insurance Payments teve uma redução de 4,7 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros), para um total de 23,8 mil milhões de dólares (21,1 mil milhões de euros), seguindo-se os reembolsos de impostos às empresas que teve uma redução de três mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros) para os 4,4 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros).
A Comissão Federal de Comunicações teve uma redução na despesa de 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), seguindo-se a Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID) com uma descida de 2,3 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros), Plano Federal de Poupança para a Reforma que viu a despesa cair dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros), os pagamentos dos serviços de saúde para os estados norte-americanos teve uma quebra na despesa de 1,4 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros), o Departamento de Estado teve uma quebra na despesa de 1,3 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros). A despesa alocada à United States Postal Service, o serviço postal norte-americano, teve uma descida na despesa de 568 milhões de dólares (501,1 mil milhões de euros), e a finalizar o Top 10 encontra-se a Corporação Financeira de Desenvolvimento com uma quebra na despesa de 481 milhões de dólares (427,7 mil milhões de euros).
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