O juramento de bandeira é o ato em que se jura, diante do estandarte nacional, lealdade e compromisso com a pátria mesmo que isso implique o sacrifício da própria vida. Os valores vividos e transmitidos na tropa são atemporais e estão a ser cada vez mais postergados em função do politicamente correto e das correntes que apostam no fim da organização militar.

Em Portugal o exército tem sido muito desvalorizado nos últimos anos. Quem escolhe as chefias militares são os partidos que em cada momento estão no poder e nesta instituição impedir que sejam os próprios a escolher os seus chefes é desvirtuar a essência da mesma.

A tropa existe para servir e não para se servir. Politizar as forças armadas é um erro e ver com naturalidade a ingerência dos partidos na sua orgânica não reflete um bom modelo.

Já tivemos um ministro da Defesa que foi objetor de consciência e praticamente todos têm sido desfavoráveis ao serviço militar obrigatório, que sempre se traduziu numa oportunidade de excelência para a formação do caráter dos jovens.

Que exemplos são estes? A falta de ética com que as forças armadas passaram a ser vistas aponta uma deriva perigosa que não augura nada de bom. Os militares são mal remunerados, têm sido maltratados publicamente e está a criar-se a ideia de que são desnecessários e até inúteis para o país.

Continuamos a não ter a coragem política de comemorar o 25 de novembro, data em que mercê do voluntarismo de um grupo operacional de valorosos militares, se lutou contra a tentativa de implementação de um regime marxista e se instaurou definitivamente em Portugal uma democracia pluralista.

Não estará na altura de preparar, de uma vez por todas, uma cerimónia institucional por parte da Assembleia da República que assinale esta data histórica? Será com certeza impossível com a atual maioria parlamentar, mas caberá a todos num grande movimento de consciência apelar à sua realização e sensibilizar os mais jovens também nesse sentido.

No dia em que cada português for convictamente defensor de um regime que salvaguarde o Estado de direito, a legalidade e a soberania contra todos os interesses oportunistas da instalada classe política, podemos pensar numa sociedade verdadeiramente justa e solidária. Até lá cumprirá à formiga construir o carreiro.