Lucros da Semapa caem 18% no primeiro trimestre para 39,6 milhões

A Semapa apresentou as suas contas do primeiro trimestre e a primeira coisa que salta à vista é uma queda dos lucros de 17,9% para 39,6 milhões de euros. A justificar a queda está, entre outras coisas, a redução de 6,6% do EBITDA para 159,5 milhões de euros, dos quais 115,6 milhões de euros foram gerados na Navigator, 39,0 milhões na Secil e 5,1 milhões de euros nos Outros Negócios.

A margem EBITDA consolidada atingiu 21,9%, (-2,0 p.p. vs. período homólogo de 2024).

O EBITDA foi impactado pela performance negativa da Navigator (-13,3%), parcialmente compensado pela Secil (+12,0%) e pelos Outros negócios (+252,9%).

A Semapa revela que a sua subsidiária  Navigator  manteve o foco na gestão de custos variáveis, pressionados pelas rubricas de energia, com custos mais elevados fruto da subida dos indexantes de mercado e de produtos químicos. Relativamente aos custos fixos estão abaixo do período homólogo do ano anterior, com uma redução, em termos reais, de cerca de 2,4%, para o mesmo perímetro, isto é, sem considerar a agora denominada Navigator Tissue UK. No segmento de Cimento, a evolução positiva do EBITDA resulta da contribuição positiva de todas as geografias, mas sobretudo de Tunísia e Portugal.

O EBIT da Semapa recuou -18,0% para 92,5 milhões de euros.

O Free Cash Flow caiu num ano 65,7% para 13,6 milhões.

No final do primeiro trimestre do ano, a dívida líquida remunerada consolidada da Semapa atingiu 1.103,4 milhões de euros, superior em 11,7 milhões de euros relativamente ao final de 2024 o que demonstra a forte capacidade de geração de caixa do Grupo, tendo em conta o período recente de forte investimento e a distribuição de dividendos pela Navigator em Janeiro de 2025.  A 31 de março de 2025, o total de disponibilidades consolidadas ascendia a 393,7 milhões de euros, tendo o Grupo, adicionalmente, um conjunto de linhas contratadas e não utilizadas, assegurando desta forma uma forte posição de liquidez.

No comunicado, a Semapa revela que, no âmbito da estratégia de diversificação e crescimento, o Grupo Semapa continuou com a sua forte ambição e investiu no 1.º trimestre de 2025 um valor total de 93 milhões de euros, dos quais 35 milhões de euros em investimentos em participações financeiras, prosseguindo a execução dos planos estratégicos das diferentes subsidiárias.

“Destaque para a entrada da ETSA numa nova geografia, Espanha, através da conclusão com sucesso da aquisição da Barna, uma das líderes do mercado espanhol de recolha e valorização de subprodutos de peixe, conta atualmente com mais de 120 trabalhadores e processa anualmente mais de 50 mil toneladas de subprodutos de peixe nas suas duas fábricas, localizadas no País Basco e na Andaluzia”, refere o comunicado.

O investimento em ativos fixos ascendeu a 58 milhões de euros no final do ano, o que compara com 67 milhões de euros no período homólogo, destacando-se a Navigator com 36 milhões de euros (dos quais cerca de 22 milhões de euros dizem respeito a investimentos em matérias ambientais ou de cariz sustentável criadoras de valor, cerca de 60% do investimento total) e a Secil com 17 milhões de euros.

O volume de negócios consolidado do Grupo Semapa no 1.º trimestre de 2025 foi de 728,1 milhões de euros (+1,8%  que no período homólogo de 2024). Foram gerados 529,3 milhões de euros na Navigator (Pasta e Papel), 171,6 milhões de euros na Secil (Cimento e Outros Materiais de Construção) e 27,4 milhões de euros nos Outros Negócios.

As exportações e vendas no exterior no mesmo período ascenderam a 553,3 milhões de euros, o que representa 76,0% do volume de negócios.

O aumento do volume de negócios do Grupo teve o contributo da Secil (+5,2%), pela variação positiva na Tunísia e no Líbano, e dos Outros Negócios (+72,8%), explica a empresa.

“O volume de negócios da Navigator apresentou uma ligeira redução (-1,3%) devido à redução do volume de vendas de papel de Impressão e Escrita (face a um trimestre que teve o melhor resultado dos últimos 9 trimestres) e da menor disponibilidade de pasta para mercado fruto da paragem programada da fábrica de Aveiro”, refere a empresa.