A discussão que tem sido feita em torno do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) nem sempre prima pela racionalidade, factualidade e bom senso. Do ponto de vista da Região Autónoma da Madeira, é evidente que a manutenção do CINM é positiva. Além de ser uma importante fonte de receita para os cofres da Região, o CINM tem atraído investidores para a Madeira e contribuído para a criação de algum emprego qualificado. Um madeirense querer acabar com o CINM é o equivalente a dar um tiro no pé.
Tal não significa, porém, que a Madeira não deva estar preparada para rever a forma como o CINM funciona ou mesmo para encontrar uma solução alternativa que permita conciliar a necessidade de transparência com a manutenção de um regime fiscal favorável ao investimento.
Será neste equilíbrio que, muito provavelmente, reside o futuro do CINM. Talvez a solução passe por tentar negociar com o Governo da República um estatuto de autonomia fiscal que permita à Região estabelecer taxas de impostos sobre as empresas significativamente mais baixas do que as do Continente. Mas para que uma solução deste genéro, positiva para a Madeira e para o País, seja encontrada, será necessário bom senso e espírito de compromisso não só por parte das diferentes forças políticas da Região mas também do Governo da República. Pois uma Madeira atrativa para o investimento estrangeiro, competitiva a nível fiscal e que não dependa de apoio financeiro da República será do interesse de todos os portugueses.