Infelizmente a saga do Brexit está a terminar. Depois da parte divertida vem a aterragem na realidade, que vai ser feia e dura. Para já, sabemos que afinal o problema do Reino Unido não está na Senhora May e no seu governo, está no Parlamento. Com parlamentares daqueles, qualquer país vai ao tapete em poucos meses.

Nem o Harry Potter conseguia salvar o Reino Unido, quanto mais John Bercow e as suas gravatas hipnóticas (que, aliás, já perderam as suas capacidades e não distraem ninguém). Boris Jonhson ainda não conseguiu encontrar o pente e Rees-Mogg não descobriu nenhuma moção inteligente para fazer votar, portanto está calado. Corbyn, do seu lado, deixou as suas tendências masoquistas virem ao de cima e quer à fina força substituir May para ser ele o castigado de serviço pois já não consegue estar mais tempo sem levar na cabeça. Westminster e Trump conseguiram convencer-nos que afinal a Comissão Europeia é um verdadeiro think-tank.

O que se segue? Quem nos diz o que vai acontecer é Noé (Noah), o homem que veio do ano 2030 e que avisou os britânicos das consequências negativas do Brexit. Conta-nos Noé, atualmente a residir no Reino Unido, que em 2030 este país está de volta à União Europeia, transformada num verdadeiro super-Estado, do qual as Ilhas Britânicas são uma província. Esta potência terá uma única moeda, que vai substituir o euro e a libra. As pessoas terão um chip no pulso, que as fará estarem saudáveis e felizes, e outro chip vai aumentar as capacidades intelectuais dos britânicos seis vezes. Os franceses já disseram que se recusarão a usar este chip, pois se as capacidades dos ingleses aumentam seis vezes as suas ficarão reduzidas a metade.

A partir daqui não é difícil de adivinhar como estará a Europa em 2030. Farto da política, Jeremy Corbyn será comentador da BBC para o desporto, especializado em ténis habituado que está a ver passar as bolas; May, depois de conseguir fazer aprovar o Acordo à 84ª votação e completar o Brexit, vai apresentar o pedido de adesão do Reino Unido à União Europeia três meses depois. Rees-Mogg vai para a Ilha de Guernsey e declara a independência, governando como Jacob I, fora da União Europeia; dirá que se o Reino Unido não pode ser como a Ilha de Guernsey, a Ilha de Guernsey será como a Ilha de Guernsey.

Geoffrey Cox, o Attorney General, vai abrir uma barraca de fish & chips à porta do Parlamento. Michael Gove vai ser Caretaker President of the European Commission de 2026 a 2028, ano em que este órgão será extinto. Emmanuel Macron será o primeiro Presidente dos Estados Unidos da Europa, depois de ter passado um mês com a cara pintada de amarelo.

No último dia de 2030 virá um homem do futuro que dirá que o Reino Unido deixará os Estados Unidos da Europa em 2040.

Fim (eu disse que estava próximo).