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Estudo da Schroders e de Oxford revela que investimento de impacto pode levar à geração de retorno adicional

Segundo Maria Teresa Zappia, responsável Global da Área de Impacto na Schroders, “durante demasiado tempo, assumiu-se nos mercados que o investimento de impacto implicava sacrificar a rentabilidade em nome do propósito. Agora, o nosso estudo pioneiro oferece respostas sobre a relação entre impacto e rentabilidade financeira, e dá provas de que os investimentos de impacto podem ser um motor de geração de alfa nos mercados cotados”.
26 Maio 2025, 21h46

Um estudo da Schroders e da Universidade de Oxford revela que investimento de impacto pode aumentar o alfa do investimento.  A recolha de dados, modelação financeira e testes de validação foram realizados de forma independente, pela Saïd Business School para assegurar isenção e rigor.

A análise envolveu 257 empresas com impacto e avaliou se elas superaram os índices de referência tradicionais, através de modelos de avaliação de ativos e regressão estatística. Foram controlados os principais fatores financeiros — dimensão, valor, momentum, rentabilidade e investimento — para determinar se estas empresas geraram alfa independentemente das características de risco.

“O investimento de impacto pode levar à geração de retorno adicional no investimento em ações cotadas em bolsa, quando estão reunidas as condições adequadas, indica um novo estudo científico divulgado pela Schroders, decorrente de um projeto desenvolvido em parceria com a Saïd Business School, da Universidade de Oxford”, refere a gestora de ativos.

Os resultados do estudo demonstram que “as empresas com maior materialidade de impacto – aquelas cujas receitas provêm em maior proporção de produtos ou serviços que geram impactos positivos – tendem a apresentar um desempenho financeiro mais robusto. Entre os exemplos estão empresas que lideram a transição para uma economia de baixo carbono e as que favorecem a inclusão financeira”.

Ao introduzir a materialidade de impacto como um possível motor de retorno e ao incorporar casos reais, “o estudo proporciona uma perspetiva baseada em evidencia sobre a viabilidade financeira do investimento de impacto em ações de empresas cotadas”, segundo a Schroders.

A análise destaca três conclusões principais. Em primeiro lugar a rentabilidade competitiva. “As carteiras de impacto apresentam retornos absolutos robustos e ajustados ao risco, apresentando um alfa estatisticamente significativo e não explicado pelos fatores de risco tradicionais”, refere o estudo.

Segundo, a menor volatilidade significa maior resiliência. “As carteiras orientadas ao impacto apresentaram menor volatilidade, redução de perdas e menor assimetria negativa comparativamente aos índices convencionais, sugerindo maior proteção contra volatilidade. Demonstraram também uma correção positiva com o mercado em períodos de expansão e uma menor correlação durante os períodos de recessão, indicando exposição assimétrica ao mercado e estabilidade”, lê-se no comunicado.

Por fim o estudo conclui que a materialidade de impacto é um catalisador de retorno. As empresas com maiores receitas relacionadas com temas de impacto mensuráveis geraram rentabilidades financeiras superiores, defende a Schroders que

Segundo Maria Teresa Zappia, responsável Global da Área de Impacto na Schroders, “durante demasiado tempo, assumiu-se nos mercados que o investimento de impacto implicava sacrificar a rentabilidade em nome do propósito. Agora, o nosso estudo pioneiro oferece respostas sobre a relação entre impacto e rentabilidade financeira, e dá provas de que os investimentos de impacto podem ser um motor de geração de alfa nos mercados cotados. No entanto, é importante não esquecer que a gestão ativa, através de um quadro sólido de medição e monitorização do impacto, continua a ser fundamental”.

Já Amir Amel-Zadeh, diretor da iniciativa Oxford Rethinking Performance, na Saïd Business School, Universidade de Oxford, considera que “os resultados mostram que ao integrar métricas de impacto com análise financeira tradicional podemos ter portefólios de impacto bem construídos, capazes de gerar retornos competitivos com menos volatilidade e menor risco de perda”.

“Se nem todas as estratégias de impacto serão capazes de superar o mercado, os dados deste estudo desafiam a ideia de que investir com propósito implica abdicar de retorno – e sugerem que, quando executada de forma disciplinada, uma estratégia de impacto pode contribuir para a criação de valor a longo-prazo e para a resiliência das carteiras”, conclui.

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