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Cerca de 80% dos empresários portugueses admitem falhas em cibersegurança

Número supera a média europeia, segundos um estudo recente da Mastercard, que é de 67%. Apenas a Polónia (82%) e a Irlanda (83%) apresentam percentagens superiores.
2 Junho 2025, 16h43

Um novo estudo da Mastercard, realizado junto de mais de 1.800 donos de pequenas e médias empresas na Europa, revela uma preocupação crescente em Portugal em relação à cibersegurança.

De acordo com a pesquisa, 79% dos empresários portugueses admite precisar de formação sobre como proteger o seu negócio de ciberataques, um número que supera a média europeia de 67%. Apenas a Polónia (82%) e a Irlanda (83%) apresentam percentagens superiores.

A possibilidade de serem alvos de ataques informáticos é uma preocupação constante para 43% dos pequenos e médios empresários em Portugal, o que impacta diretamente nas suas estratégias de crescimento, com 56% a manifestar cautela em relação aos riscos de fraude ou burla online. Apesar das ameaças crescentes, 49% reconhece não ter competências para se proteger adequadamente, alinhando-se com a média europeia de 47%.

Cerca de 47% dos empresários portugueses afirma nunca ter sido vítima de burla ou fraude online, embora conheçam casos próximos. Este resultado coloca Portugal acima da média europeia (42%), mas o país ocupa o quarto lugar entre os mercados mais expostos a burlas, ao lado da Dinamarca. As maiores taxas de exposição são registadas na Irlanda (52%), Itália (51%) e Espanha (49%).

O estudo da Mastercard indica que 30% dos empresários portugueses veem o risco de ataque informático como a principal ameaça aos seus negócios. A preocupação é tamanha que 24% afirmam que, em caso de um ataque informático, poderiam fechar a empresa. A realidade dos riscos já se fez sentir, com 17% a reportar terem sido visados por agentes mal-intencionados e 12% a sofrer perdas financeiras devido a fraudes.

Os dados destacam ainda que 56% dos empresários afirmam que o risco de ataque informático os torna cautelosos quanto ao crescimento das suas empresas. Por outro lado, 49% não sabem como proteger a sua empresa de um ataque informático e 79% sentem a necessidade de se informar melhor sobre o tema.

Os empresários mais jovens, da Geração Z, revelam uma preocupação ainda maior, com 36% a admitirem pensar diariamente na possibilidade de sofrerem um ataque informático. Estes dados enfatizam a urgência de medidas proativas para salvaguardar as operações das pequenas e médias empresas.

O Centro Europeu de Ciber-Resiliência (ECRC), lançado em maio de 2024, destaca a importância da colaboração e da formação na luta contra o cibercrime. Com mais de 30 grupos especializados, incluindo peritos em inteligência e recuperação técnica, o ECRC trabalha em conjunto com autoridades e instituições em toda a Europa para promover as melhores práticas na prevenção e resposta ao cibercrime.

Este estudo sublinha a necessidade crítica de melhor formação e medidas de segurança para ajudar as pequenas e médias empresas a protegerem-se contra as crescentes ameaças digitais, que são essenciais para a resiliência e o crescimento económico na região.

 

 

 

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