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Nuclear: Trump recusa qualquer acordo sobre enriquecimento de urânio pelo Irão

A mensagem do chefe de Estado norte-americano, publicada na sua rede social, a Truth Social, surgiu depois de o ‘site’ de notícias Axios ter revelado que a última proposta feita pelos norte-americanos no sábado permitia aos iranianos realizar um enriquecimento limitado de urânio, algo que o governo norte-americano sempre afastou.
Donald Trump
EPA/CHRIS KLEPONIS / POOL
3 Junho 2025, 08h14

O Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu segunda-feira que não irá permitir “qualquer enriquecimento de urânio” como parte de um possível acordo com o Irão, num momento em que Washington e Teerão negoceiam o programa nuclear iraniano.

A mensagem do chefe de Estado norte-americano, publicada na sua rede social, a Truth Social, surgiu depois de o ‘site’ de notícias Axios ter revelado que a última proposta feita pelos norte-americanos no sábado permitia aos iranianos realizar um enriquecimento limitado de urânio, algo que o governo norte-americano sempre afastou.

O Irão, por sua vez, excluiu hoje qualquer acordo com os Estados Unidos se o objetivo for privar Teerão do enriquecimento de urânio para fins pacíficos e exigiu o levantamento das sanções norte-americanas, através do chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Este é o principal obstáculo nas negociações entre os dois países.

Araghchi está na capital do Egito para uma reunião com o homólogo egípcio, Badr Abelatty, e com o chefe da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi.

Antes da reunião, Grossi tinha apelado ao Irão para que fosse “mais transparente” sobre as atividades nucleares.

O porta-voz da diplomacia iraniana, Esmail Baghai, disse que, na perspetiva de um eventual acordo, o Irão quer garantias de que Washington levantará as sanções contra Teerão.

Na proposta, segundo o jornal norte-americano New York Times, Washington pede ao Irão que cesse todo o enriquecimento de urânio e propõe criação de um grupo regional para produzir energia nuclear.

Nem o Irão nem os Estados Unidos confirmaram o conteúdo da proposta revelado pelo jornal.

Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel, inimigo declarado do Irão e considerado pelos especialistas como a única potência nuclear do Médio Oriente, suspeitam que Teerão pretende adquirir armas nucleares.

O Irão nega tais ambições militares, mas insiste no direito à energia nuclear civil, nomeadamente para fins energéticos, ao abrigo do Tratado de Não Proliferação (TNP), de que é signatário.

Um relatório AIEA conhecido no sábado revelou que o Irão aumentou a produção de urânio enriquecido a 60%, um nível próximo dos 90% necessários para fabricar armas atómicas.

A França, o Reino Unido e a Alemanha, juntamente com a Rússia e a China, são membros do acordo assinado com a República Islâmica em 2015 para regular o programa nuclear iraniano.

Os Estados Unidos também assinaram o acordo, mas retiraram-se unilateralmente três anos depois, durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021), e reimpuseram as sanções.

Ao lado do ministro iraniano, o chefe da diplomacia egípcia apelou para uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana, referindo que “a região está farta de crises e de desafios de segurança”.

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