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Produção automóvel em risco de ser suspensa com decisão chinesa, avisa Alemanha

Empresas europeias têm “milhares” de pedidos de exportação de minerais críticos junto das autoridades chinesas. Diplomatas europeus pedem reuniões de urgência em Pequim para tentar desbloquear processos. Decisão de Pequim foi resposta a tarifas impostas por Trump.
4 Junho 2025, 09h49

A Alemanha avisa que a produção automóvel pode ser suspensa com a decisão chinesa de restringir a venda de minerais críticos para o exterior.

“Se a situação não mudar rapidamente, não podemos afastar atrasos na produção ou mesmo suspensão da produção”, disse à “Reuters” o líder da associação automóvel alemã Hildegard Muller.

Em abril, a China tomou a decisão de suspender as exportações de vários minerais críticos que são essenciais para as cadeias de abastecimento dos setores automóvel, aeronáutico, semicondutores e de defesa.

A China controla 90% da capacidade de processamento dos minerais magnéticos. O embargo está em vigor desde 4 de abril em sete minerais raros e vários minerais magnéticos.

Pequim respondeu assim às tarifas anunciadas por Donald Trump; ao fechar a torneira, mostra também aos EUA e ao mundo o seu poderio nos minerais críticos.

As empresas europeias têm “milhares” de pedidos de exportação junto das autoridades chinesas, segundo a “Reuters”.

Apesar de Washington e Pequim terem chegado a acordo em Genebra, as autoridades chineses têm sido lentas a desbloquear várias restrições.

A suspensão “provocou ansiedade nos gabinetes de empresas e capitais mundiais – de Tóquio a Washington”, escreve a “Reuters”, dando conta que as autoridades têm tido dificuldades em encontrar alternativas de abastecimento, colocando em risco a produção de novos automóveis até ao final do verão.

A agência noticiosa revela que os minerais magnéticos – essenciais para produzir automóveis, drones, robots ou misseis – acumulam-se nos portos chineses enquanto esperam pela luz verde das autoridades.

Diplomatas europeus, de países grandes produtores de automóveis, já pediram reuniões de “urgência” em Pequim para tentar desbloquear a situação.

Já a associação automóvel Alliance for Automotive Innovation, dos EUA mas que engloba produtores de vários países, escreveu a Donald Trump a alertar para a necessidade destes minerais críticos para a produção automóvel.

“A China não recua, mas vai providenciar exceções lentamente e estrategicamente. É um momento doloroso numa relação já muito frágil”, disse à agência noticiosa um empresário americano que pediu o anonimato.

“Ninguém deve ficar surpreendido com esta situação. Temos um problema de produção [nos EUA] e precisamos de alavancar todo o Governo para obter recursos e aumentar a capacidade doméstica o mais cedo possível. E isto é para ontem”, disse à “Reuters” Frank Fannon ex-secretário de Estado para os Recursos Energéticos no primeiro Governo de Trump.

No final de 2020, Frank Fannon falou com o Jornal Económico em Lisboa defendendo que empresas norte-americanas deviam investir na produção de lítio em Portugal.

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