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O que é que o pastel de nata tem? Bloomberg diz que doce português tornou-se uma “marca mundial”

Nos últimos três anos, o Governo gastou 50 milhões de euros por ano no estrangeiro, promovendo o país e produtos nacionais como o pastel de nata. “Um doce improvável a caminho de se tornar tão ubíquo como o croissant”, escreve a Bloomberg.
15 Abril 2019, 12h00

Não há turista que tenha passado por Lisboa que não aponte o Pastel de Belém como o doce mais tradicional da pastelaria portuguesa. Um facto cada vez mais longe da realidade com a “Bloomberg” a apontar o saboroso pastel de nata como caso de sucesso internacional de marketing.

“A improvável subida do pastel de nata, e porque é que se encontra em toda a parte”, segundo o artigo da agência publicado esta segunda-feira, 15 de abril. “O centenário doce português tornou-se numa marca global, e uma máquina muito moderna de marketing está a promover” o pastel de nata.

“Culturalmente, Portugal é uma paragem obrigatória para viajantes de todo o mundo, e Lisboa é cada vez mais o centro tecnológico para a geração millennial que sai de Londres e Nova York. Os famosos Pasteis de Belém e [a pequena pastelaria  onde são vendidos com] os azulejos azuis e brancos foram feitos para elogio do Instagram, apesar de a loja ter sido fundada em 1837″, lê-se no artigo da Bloomberg que aponta o pastel de Belém à conquista do mundo.

O primeiro exemplo dessa conquista está relacionado com o chef premiado pela Michelin George Mendes que apresentou a iguaria portuguesa em Manhattan, há um ano e meio –  embora, pelas comunidades emigrantes portuguesas o pastel de nata seja um habitué em cafés, mercearias e supermercados em Newark, em New Jersey, e Danbury, no Estado do Connecticut, que tem uma importante comunidade emigrante lusa. Mas os EUA  não são caso único: em Londres, Singapura ou Macau também há doçaria idêntica ao pastel de Belém.

O caso do típico pastel de nata conseguiu ter os holofotes da fama sobre si, apontou a “Bloomberg”, em 2012, quando o então ministro da Economia Álvaros Santos Pereira disse publicamente desejar que o cremoso doce fosse exportado para todo o mundo e tornado numa marca portuguesa internacional. Nos últimos três anos, o Governo gastou 50 milhões de euros por ano no estrangeiro, promovendo o país e produtos nacionais como o pastel de nata.

A fazer jus a esse investimento e colocar o Pastel de Belém um pouco por todo o mundo está a empresa Nata Pura, do português Mabílio Albuquerque, que com o apoio da Portugal Venture, tenta exportar o Pastel de Belém para os quatro cantos. À agência de notícias financeiras, Alburquerque contou que usou as estratégias de marketing de grandes empresas como a McDonald’s para adaptar e vender o pastel de nata no resto da Europa e Ásia – a Coreia do Sul é um mercado de grande sucesso. A contribuir para o sucesso do produto está a simplicidade do doce e toda a sua história.

Esta empresa já vendeu cerca de 500 mil pastéis natas por mês, em cinco mil lojas em todo o mundo.

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