[weglot_switcher]

Tarifas sobre o alumínio e o aço terão impacto de 26 mil milhões nas exportações da UE para os EUA

Um estudo da Crédito y Caución aponta para um abrandamento da produção em todos os subsetores da indústria metalúrgica e siderúrgica mundial, nos próximos dois anos, com um crescimento previsto de 2,2% este ano e de apenas 0,7% em 2026.
24 Junho 2025, 11h34

Um estudo da seguradora Crédito y Caución aponta para um abrandamento da produção em todos os subsetores da indústria metalúrgica e siderúrgica mundial, nos próximos dois anos, com um crescimento previsto de 2,2% este ano e de apenas 0,7% em 2026.

“O Canadá será um dos mercados mais afetados dado que é o maior fornecedor estrangeiro de aço para o mercado norte-americano. Em 2024, enviou 87% das suas exportações totais de aço para os Estados Unidos. As perspetivas também não são muito positivas para a Europa, onde se prevê que a produção de metais diminua 1,5% em 2025. Segundo a Comissão Europeia, as tarifas sobre o alumínio e o aço afetarão exportações no valor de cerca de 26 mil milhões de euros, o que equivale a cerca de 5% do total das exportações da União Europeia para os Estados Unidos”, refere o estudo.

O documento da Crédito y Caución diz ainda que a Alemanha é “particularmente vulnerável” a esta situação devido à importância da sua indústria automóvel e aos seus elevados níveis de exportação para os Estados. “A Itália, por sua vez, é o décimo maior fornecedor de aço, alumínio e ferro para a América do Norte. As novas tarifas poderão ter um impacto de até dois mil milhões de euros para o país”, diz o estudo.

“As perspetivas mais positivas estão na China que irá manter os níveis de produção na próxima década. O seu nível de exportações de aço para os Estados Unidos é muito baixo, apenas 1,8%, mas está exposta a outros problemas, como a queda na construção e o excesso de capacidade da indústria que causará excesso de produção”, assinala a Crédito y Caución.

A Crédito y Caución adianta que as economias de mercado emergentes devem liderar o crescimento da oferta. “A Índia registará uma das maiores taxas de crescimento mundial na produção de metais básicos, com 6,1% em 2025 e 6,5% em 2026. A procura é impulsionada pelo forte crescimento económico e pelas previsões de crescimento demográfico, que impulsionarão a urbanização, sustentando a produção de metais e aço no médio e longo prazo”, assinala o estudo.

“A par dos efeitos da guerra tarifária, outro desafio para o setor é a transição para uma produção mais verde, que exige grandes investimentos que nem todas as empresas serão capazes de assumir. Coloca-se ainda a questão se será possível ter eletricidade verde suficiente para alimentar as centrais”, considera a Crédito y Caución.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.