Com a tomada de posse e aprovação do programa do Governo, estará terminado o processo recente de eleições legislativas, pelo que a prioridade da política nacional passa a ser a preparação para as eleições autárquicas.

Em minha opinião, a AD – Aliança Democrática deve encarar estas eleições com o mesmo ou ainda maior empenho do que aquele que colocou nas eleições legislativas.

A sua maioria parlamentar é frágil e se não tiver um conjunto de autarcas que, nas diferentes regiões do país, promovam o investimento e a criação de riqueza, dificilmente concretizará o seu programa na área económica.

Nas eleições autárquicas, o perfil pessoal do candidato a presidente de câmara é um factor fundamental de decisão por parte do eleitorado.

Numa perspectiva de desenvolvimento económico das várias regiões e tendo em consideração a necessidade de reduzir as assimetrias entre o litoral e o interior, a AD deve apostar em candidatos jovens, tecnicamente preparados, inconformados, competentes e, sobretudo, “fazedores”.

No concelho da Mêda, que tenho acompanhado nestes últimos quatro anos, como presidente da Assembleia Municipal, não tenho dúvidas de que este deve ser o perfil a adoptar.

Nestas eleições, o Chega irá adoptar, certamente, uma aproximação semelhante à que adoptou nas legislativas, escolhendo candidatos, em cada região, que capitalizem o descontentamento das populações.

A única opção para combater este tipo de candidatos passa pela transmissão duma mensagem positiva de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, e só têm credibilidade nesse discurso os “fazedores”.

Se a AD não se empenhar, fortemente, no processo das próximas eleições autárquicas, receio que, grande parte das reformas e alterações estruturais para o desenvolvimento do país, não se concretizem.

E que a utilização das verbas do PRR e do Portugal 2030, essenciais para o desenvolvimento económico do interior do país, não sejam aplicadas nos melhores projectos.

No caso do concelho da Mêda, a não concretização do projecto da nova incubadora de empresas, da expansão do parque industrial e do incremento dos projectos turísticos, condicionará, de modo definitivo, o desenvolvimento deste concelho.

Espero, sinceramente, que o meu partido, o PSD, que lidera a AD, esteja atento e consciente da importância destas eleições, para o desenvolvimento do nosso país.