O banco italiano Mediobanca apresentou um plano para devolver 4,9 mil milhões de euros aos acionistas nos próximos três anos, procurando defender-se de uma oferta hostil do rival mais pequeno, Banca Monte dei Paschi di Siena (MPS), revela a Reuters.
No seu plano trienal anterior, até 2026, o Mediobanca tinha planeado devolver mais de 4 mil milhões de euros aos acionistas durante o período e previsto um lucro acima dos 1,4 mil milhões de euros.
O Mediobanca reiterou em comunicado na sexta-feira que a oferta do MPS “carece de justificação industrial e financeira para os acionistas e acarreta riscos de execução claros e significativos”.
Depois de ter obtido a aprovação regulatória do Banco Central Europeu na quarta-feira, o Banco Monte dei Paschi di Siena está pronto para lançar a sua oferta integral pelo Mediobanca no próximo mês.
Numa tentativa de se tornar demasiado grande para o MPS, o Mediobanca propôs em Abril a compra do banco privado Banca Generali, mas foi forçado a adiar a votação dos acionistas para 25 de Setembro para evitar uma possível derrota, depois de os investidores que se opunham ao negócio terem aumentado as suas participações no banco de retalho.
O CEO do Mediobanca, Alberto Nagel, disse aos analistas na sexta-feira que o acordo com o Banca Generali resultaria “numa combinação muito poderosa” e seria “muito transformadora”. Por outro lado, acrescentou, a fusão com o MPS, “um grupo que é um banco comercial de média dimensão indiferenciado”, levará o Mediobanca a ser avaliado “com múltiplos mais baixos” e “gerará uma perda significativa de receitas”.
Desde 2022 que o banqueiro português António Horta-Osório está no banco italiano Mediobanca como consultor sénior da administração.
No seu plano trienal atualizado até 2028, o Mediobanca confirmou uma estratégia focada no crescimento do seu negócio de gestão de patrimónios, com os seus segmentos de banca empresarial e de investimento a prestarem apoio a essa atividade, e as operações de financiamento ao consumidor a servirem como impulsionador da diversificação face aos riscos macroeconómicos.
“Este caminho virtuoso será ainda mais fortalecido pela oferta pelo Banca Generali”, afirmou o CEO do Mediobanca, citado pela Reuters.
O Mediobanca prevê um crescimento de 45% do resultado líquido nos três anos fiscais até 2028, atingindo 1,9 mil milhões de euros, e espera que a receita aumente a uma taxa média anual de 6%, para mais de 4,4 mil milhões de euros.
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