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António Leitão Amaro critica apoios do Estado a quem fez investimentos errados

Para o governante, houve uma “atitude paternalista do Estado” que “decidiu que devia socializar perdas de quem fez investimentos errados”. António Leitão Amaro não chegou a citar a que casos se referia, no entanto soaram a alusões aos casos da Efacec  e da distribuidora de papel Inapa.
30 Junho 2025, 18h37

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, criticou hoje a “atitude paternalista” do Estado, que apoiou quem fez investimentos errados, durante uma conferência no Porto.

Para o governante, houve uma “atitude paternalista do Estado” que “decidiu que devia socializar perdas de quem fez investimentos errados”.

“Não temos de ter uma rede social de socialização de más decisões de investimento e de pôr todos a pagar esses insucessos e perdas na atividade”, disse. António Leitão Amaro não chegou a citar a que casos se referia, no entanto soaram a alusões aos casos da Efacec  e da distribuidora de papel Inapa.

“Não temos de ter uma socialização de maus negócios de investimento”, disse na conferência da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), no Porto.

“Quando alguém está a fazer o seu negócio deve contar com o país, com a sociedade e com o Estado”. Ou seja, “o Estado não cria obstáculos, mas não vai amparar as perdas dos privados causadas por decisões erradas”.

No seu discurso, o ministro defendeu a “guerra à burocracia”, decretada pelo primeiro-ministro na tomada de posse.

António Leitão Amaro referiu-se ao Governo de que faz parte como defensor da “meritocracia com consciência social” e vê o regime fiscal como “a mãe de todas as reformas”.

Sobre a descida do IRS, Leitão Amaro disse que o Estado não pode “desincentivar a hora [de trabalho] a mais” destacando  que a proposta submetida ao Parlamento são apenas “os primeiros 500 milhões de 2.000 milhões” de redução de impostos previstos para esta legislatura.

António Leitão Amaro defendeu a opção do Governo em isentar de impostos e contribuição os prémios de desempenho até ao limite de um salário – “o Estado não deve expropriar o produto de um bom desempenho”.

O ministro lembrou ainda que desde que Luís Montenegro é primeiro ministro não há registo de qualquer aumento de impostos, o que chamou de “transformação de paradigma”.

António Leitão Amaro realçou que o apoio do Estado deve estar alocado às pessoas e famílias em dificuldades.

O ministro defendeu ainda uma “política de imigração mais regulada”, apontando a necessidade de “redirecionar o fluxo para atração de talento mais qualificado” e defendendo que quando se recruta é preciso criar condições para a integração.

Ainda sobre a imigração, o ex-primeiro-ministro Durão Barroso, também presente no evento, defendeu um “equilíbrio”.

“Eu tenho dito já há muitos anos, antes deste debate agora que está a ver, portas abertas, sim, portas escancaradas, não”, destacou, mas salientando que sem imigrantes Portugal “parava”.

“A verdade é esta, e se não fizermos isto, vamos ter movimentos radicais, populistas, xenófobos, até racistas”, alertou, apontando uma “imigração regulamentada, com equilíbrio” e também “humanismo”, como a análise da situação dos refugiados, que diz o país ter “obrigação de acolher”.

(atualizada)

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