[weglot_switcher]

PSI sobe em junho pelo sexto mês consecutivo, revela Maxyield

A associação de pequenos acionistas afirma que “esta evolução mensal do PSI teve lugar num ambiente adverso, designadamente a correção das cotações associada ao pagamento de dividendos de cinco sociedades, agravamento dos riscos geopolíticos com a guerra Irão-Israel e incerteza relativamente às tarifas recíprocas entre a UE e os EUA”.
1 Julho 2025, 14h52

O PSI fechou o mês de junho de 2025 com o valor de 7.456,3 pontos, o que representa um aumento mensal de 0,9%, “num contexto internacional de regressão do índice de referência europeu, que não teve força para acompanhar a dinâmica de crescimento dos mercados norte-americanos, asiáticos e emergentes”, revela a Maxyield. A trajetória crescente do PSI ocorre pelo 6.º mês consecutivo no decurso de 2025.

A associação de pequenos acionistas afirma que “esta evolução mensal do PSI teve lugar num ambiente adverso, designadamente a correção das cotações associada ao pagamento de dividendos de cinco sociedades, agravamento dos riscos geopolíticos com a guerra Irão-Israel e incerteza relativamente às tarifas recíprocas entre a UE e os EUA”.

Paralelamente, “o PSI contrariou a tendência de baixa no mês de junho, verificada ao longo do último quadriénio, apenas interrompida em 2023”, acrescenta.

A banda de variação mensal do PSI oscila entre a queda de 14,5% da Mota-Engil e a subida de 10,9% da Galp. No mês de junho, verifica-se que sete sociedades cotadas do PSI apresentam um aumento de valor e oito registam uma queda.

O ranking mensal das cotadas com aumento de valor no mês de junho inclui a Galp (10,9%), a EDP Renováveis (7,2%), a EDP (4,9%), a REN (2,9%), a Corticeira Amorim (2,6%), os CTT (2%) e a NOS (0,5%).

As sociedades com redução de valor em junho foram a Mota-Engil (-14,5%), a Altri (-8,3%), a Navigator (-7,5%), a Semapa (-5,2%), o BCP (-3,7%), a J. Martins (-3,1%), a Ibersol (-3%) e a Sonae SGPS (-1%).

As ações do BCP, Ibersol, Mota-Engil, Navigator e Semapa refletem, no mês de junho, a correção das cotações associada ao pagamento de dividendos, ficando concluída a “dividend season”.

A evolução do PSI ao longo de junho encontra-se na figura seguinte, caracterizando-se por uma trajetória ligeiramente crescente na 1.ª quinzena, seguindo-se uma quebra subsequente com interrupção nos últimos dias do mês.

O PSI, que tinha atingido em abril o valor mínimo anual, apresenta, no final da 1.ª quinzena de junho, o valor mais elevado de 2025. O índice “encontra-se na parte superior da faixa [6.300 – 7.790 pontos], que nos reporta para níveis atingidos há 12 anos (2014)”, diz a Maxyield.

“O PSI encontra-se a 4,5% do limite superior deste intervalo, cuja elevada amplitude se enquadra no potencial de valorização, admitido pela média dos price targets dos analistas de mercado, que têm por base os fundamentais empresariais das sociedades cotadas”, acrescenta.

“A faixa de variação seguinte encontra-se no intervalo [7.790 pontos – 8.200 pontos], sendo que o limite superior corresponde ao pico de novembro de 2010 que precedeu o bear market de 2012 e nos reporta para níveis de há 14 anos”, refere ainda.

No que toca à análise dos primeiros seis meses do ano, portanto desde o início do ano, o PSI revela um aumento de 16,9% numa trajetória tendencialmente crescente, com forte interrupção no início do mês de abril, por ocasião do anúncio das tarifas recíprocas pela Administração dos EUA.

No mesmo período, o BCP foi o que subiu mais, 42,2%, e a Navigator foi a que caiu mais (-11,3%), sendo que 10 títulos apresentam uma variação anual positiva e cinco sociedades sofreram quebras de valor.

As sociedades com variação positiva desde o início do ano foram o BCP (42,2%), os CTT (39,8%), a REN (32,7%), a Sonae (32,2%), a Mota-Engil (31,7%), a Ibersol (29,4%), a EDP (19,1%), a Semapa (17,8%), a J. Martins (16,4%) e a NOS (16,2%). Já as cinco sociedades com quebra da cotação foram a Altri (-8,6%), a Navigator (-11,3%), a EDP Renováveis (-5,6%), a Galp (-2,4%) e a Corticeira Amorim (-1,6%).

Na variação anual, portanto homóloga, o PSI subiu 15,1%. Após as quebras consecutivas nos últimos três meses de 2024, o PSI entrou numa trajetória crescente, sendo que, no decurso do mês de junho, apresenta a cotação máxima de 2025.

O top five das sociedades com variação homóloga positiva inclui o BCP (96,3%), os CTT (80,2%), a Ibersol (41,9%), a Sonae SGPS (38,1%) e a REN (32,1%).

Existem cinco cotadas com variação homóloga negativa, envolvendo a EDP Renováveis (-27,4%), a Galp (-21%), a Navigator (-18%), a Corticeira Amorim (-12,1%) e a Altri (-9,6%).

A EDP Renováveis e a Galp, que no mês de maio configuravam as situações de bear market transitadas do ano anterior, saíram deste patamar no decurso do mês de junho. Geralmente, um mercado é considerado em baixa (bear) quando cai 20% ou mais do seu pico recente.

Já a Navigator entrou em abril em bear market. Sendo que, em junho, a Altri entrou em bear market.

“Presentemente, as papeleiras referidas constituem as únicas situações de bear market”, destaca a Maxyield, que acrescenta que “relativamente aos meses anteriores, mantém-se a evolução robusta do BCP e dos CTT”. Já em termos de volatilidade, destaca-se negativamente a Mota-Engil.

O que se passou no PSI Geral?

O PSI Geral engloba o PSI e 17 sociedades cotadas no segundo mercado da bolsa portuguesa, que representam sensivelmente 3,2% da capitalização bolsista do PSI.

O PSI Geral apresenta, no mês de junho, um aumento mensal de 2,4% e um crescimento desde o início do ano de 17,4%.

Genericamente, o 2.º mercado é constituído pelas small caps, uma classe de empresas de capital aberto negociadas em bolsa, que possuem um baixo nível de free float.

A Sonaecom, com uma capitalização bolsista superior a algumas sociedades do PSI, apresenta uma variação mensal positiva e um aumento desde o início do ano em torno de 8,8%.

A Novabase, que já integrou o PSI e com capitalização bolsista de destaque no “2.º mercado”, apesar de forte diminuição mensal, continua a apresentar um robusto aumento desde o início do ano (34,7%).

Já a Martifer, a Média Capital e a Toyota Caetano, com uma capitalização bolsista superior a 100 milhões de euros, continuam a apresentar um forte desempenho nos primeiros seis meses do ano.

A Ramada e a Vista Alegre, também com uma capitalização bolsista superior a 100 milhões, revelam uma variação desde o início do ano positiva, mas sem crescimento assinalável.

A Maxyield destaca que as SAD’s dos clubes de futebol evidenciam um comportamento muito diferenciado, destacando-se a positiva performance da Benfica SAD.

Merece ainda referência a Glint, a Impresa, a Pharol e a Teixeira Duarte pelas fortes valorizações year-to-date.

Mercados internacionais

Os mercados acionistas globais encontram-se refletidos no índice Morgan Stanley Capital International, que regista um crescimento mensal de 4,2% e apresenta uma evolução desde o início do ano de 8,6%.

O MSCI World apresenta um novo máximo histórico, recuperando do fraco desempenho dos meses de março e abril.

Apesar das críticas europeias às políticas de Donald Trump, o mercado de capitais norte-americano apresenta uma evolução relevante no mês de junho, sendo que os principais índices apresentam novos máximos anuais, recuperando das situações de bear market ocorridas no mês de abril e entrando no patamar de novo bull market, num dos ciclos bolsistas mais curtos da sua história.

O índice S&P 500, composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE, apresenta em junho um crescimento mensal de 5% e regista uma evolução desde o início do ano positiva de 5,5%.

O índice tecnológico americano NASDAQ apresenta um crescimento mensal de 6,6% e um aumento year-to-date de 5,5%.

O RUSSELL 2000, que integra as empresas de menor capitalização, registou em junho um crescimento mensal de 5,3%, mas ainda não recuperou das quebras dos primeiros meses do ano.

O arrefecimento em maio das tensões comerciais em torno das tarifas recíprocas dos EUA, os acordos comerciais com a China e Reino Unido no mês de junho e o fim do conflito Israel-Irão, sem impacto relevante no preço do petróleo, ajudam a explicar o comportamento destes índices.

No mercado europeu, o benchmark STOXX 600 sofreu em junho uma diminuição mensal de -1,3% e apresenta um aumento desde o início do ano de 6,6%.

Por fim, na Europa, destaque para o espanhol IBEX 35, que sofreu em junho uma diminuição mensal de -1,1% e apresenta um robusto crescimento este ano de 20,7%, cuja evolução é superior ao índice de referência europeu.

O PSI apresenta uma evolução mensal acima do mercado espanhol, mas o comportamento dos primeiros seis meses ainda se encontra a nível inferior.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.