O primeiro semestre de 2025 ficou marcado por bastante volatilidade nas principais bolsas mundiais. Apesar disso, as bolsas europeias registaram valorizações muito expressivas, entre os 5% e os 20%, e os mercados norte-americanos conseguiram reverter as perdas de 20% em abril, registando valorizações superiores a 5%.

Certo é que o dólar americano entrou numa espiral descendente, ao ter registado o pior desempenho num primeiro semestre desde 1973, ao desvalorizar mais de 12% face ao euro.

O plano de industrialização europeia, tendo como motor a defesa e o rearmamento da Europa para fazer face à ameaça russa, foi apenas possível após a eleição no novo governo alemão.

Com efeito, o compromisso da Alemanha em gastar mais de 500 mil milhões na defesa, juntamente com o pacote de estimulo da União Europeia, ajudou aos ganhos expressivos na defesa e banca europeia, uma vez que grande parte destes estímulos será financiada por dívida.

Os Estados Unidos, por seu turno, conseguiram salvar o semestre após a diminuição das tensões comerciais, com a promessa de acordos bilaterais. Mas o grande fator que está a catapultar as bolsas americanas para máximos históricos é a desvalorização do dólar.

A Administração Trump, para além da negociação de taxas alfandegárias bilaterais, pretende desvalorizar o dólar para tornar as exportações americanas mais atrativas. O discurso em torno da descida dos juros é um indicador e funciona como estímulo à economia interna e ao aumento de resultados das empresas norte-americanas.

Assim, é expectável que os mercados acionistas continuem a subir, pois as receitas em dólares vão aumentar para empresas como a Google, Microsoft ou Amazon.

O receio de investir, provocado pela instabilidade geopolítica, já está a sair caro aos investidores, que preferem depósitos ou certificados de aforro. Os mercados não esperam e as empresas também não. Apesar de muitas vezes ficarmos com o coração nas mãos, a expectativa de valorização de logo prazo deve estar sempre presente nos nossos investimentos.