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‘L’austérité’ chega a França com cortes na saúde, salários congelados e fim de feriados

Plano de austeridade prevê muitos cortes e a eliminação de trabalhos no setor público assim como o fim de dois feriados. Oposição já criticou plano e o primeiro-ministro poderá não sobreviver politicamente à intenção de reduzir o défice.
Francois Bayrou
French Prime Minister Francois Bayrou arrives to attend a state dinner on the occasion of the Angolan president’s visit, at the Elysee Palace in Paris, France, 16 January 2025. EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
15 Julho 2025, 17h43

‘L’austérité’ está prestes a chegar a França. O primeiro-ministro gaulês apresentou hoje um pacote de medidas que visam reduzir o défice público de 3,3 biliões de euros.

O objetivo é cortar a despesa em 43,8 mil milhões de euros até 2026, reduzindo assim o défice para 4,6% do PIB. As medidas propostas serão debatidas no Parlamento francês após o verão.

“Temos de trabalhar mais como nação”, afirmou Bayrou em uma conferência de imprensa, citado pelo “Politico”. Ele lembrou casos recentes da Grécia e da Espanha durante a crise das dívidas soberanas, que agiram “rapidamente e decisivamente, mas com justiça e justeza”.

As medidas para atingir essa meta incluem a redução do número de funcionários públicos em 3 mil pessoas, o corte de entre 1.000 e 1.500 empregos em agências ou instituições públicas, uma diminuição de 5 mil milhões de euros nos gastos com a saúde, e o congelamento de salários na Função Pública, assim como nas pensões e subsídios, que são atualizados anualmente com base na inflação.

Além disso, o pacote prevê o fim de dois feriados: a segunda-feira de Páscoa e o Dia da Libertação da Europa, celebrado a 8 de maio, que marca a rendição da Alemanha nazi em 1945.

Esta proposta poderá ser crucial para a sobrevivência do governo minoritário de Bayrou, que enfrenta críticas de vários partidos, incluindo os Verdes, os Socialistas e a Frente Nacional de extrema-direita. O presidente da Frente Nacional, Jordan Bardella, classificou o plano como um “ataque direto” à história francesa e expressou a possibilidade de se unir a partidos de esquerda para derrubar o primeiro-ministro após o verão, semelhante ao que ocorreu com o anterior primeiro-ministro, Michel Barnier.

Bayrou reconheceu estar à “mercê da oposição” e admitiu que poderá não sobreviver politicamente para implementar seu plano. Outro anúncio importante foi a criação de uma “contribuição de solidariedade” que será cobrada dos contribuintes com maiores rendimentos.

Em contraste, as Forças Armadas da França serão poupadas de cortes, uma vez que o presidente Emmanuel Macron anunciou recentemente um aumento da despesa militar para 64 mil milhões de euros até 2027.

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