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Excesso de regulação pode ser entrave para os seguros

O papel interventivo do regulador é visto com bons olhos, mas o excesso pode colocar entraves. Quanto à literacia do risco, o setor financeiro “tem grandes responsabilidades”.
18 Julho 2025, 12h58

O excesso de regulação no setor dos seguros pode ser um entrave para esta área de negócio. Por outro lado, a supervisão e regulação tem aspetos muito positivos porque, enquanto clientes, todos querem sentir-se protegidos. Estas foram algumas das ideias defendidas nesta conferência do JE.
Para Gonçalo Castro Pereira, a regulação “não é um entrave mas o excesso de regulação é”. “Com isso sentimos mais dificuldade, porque muitas vezes exige alterações informáticas de fundo. Tudo o que vem do regulador é prioritário, até porque o papel do regulador é muito mais interventivo, algo com que estou de acordo”.
O excesso também preocupa Carla Castro, economista e diretora de E-commerce, Verticais e Parcerias da Unicre: “A supervisão e a regulação têm aspetos muito positivos até porque enquanto clientes também queremos estar protegidos. Quanto ao eventual excesso e o que isso influencia em termos de negócio, podem existir dificuldades acrescidas”, admitiu.
No setor dos pagamentos, por exemplo, destaca a antiga deputada que “estamos habituados a pagar com meios digitais e, nos seguros, continua a ser por débito bancário. Já estamos noutro patamar, quero receber um link para fazer um pagamento digital e não uma referência para pagamento. Nos seguros e pagamentos há muito para fazer em termos de inovação”.
Miriam Nicolau da Costa, presidente da Associação Forum Insurtech Fintech Portugal, também enfatizou que a União Europeia “é apontada como a região do globo com mais regulação” e que há uma realidade em que em muitos países “teremos diferentes literacias e velocidades financeiras distintas”. E deu um exemplo: “Diz-se que é também por isso que o Reino Unido saiu da Europa. Muitos players dos EUA posicionam-se no Reino Unido para não estarem sujeitos a tanta regulação”.

Poupança e literacia
O tema da poupança é um dos que mais preocupação gera entre a população ao longo da vida e para Nuno Corado, o Estado deve ter um papel de maior relevo sobre esta questão. No entender do responsável do departamento desenvolvimento e marketing do Novobanco, o “Estado deveria dar um maior apoio à poupança”.
Nuno Corado realçou, no entanto que o setor financeiro também tem grandes responsabilidades no tema da poupança, destacando ainda o seu contributo para o desafio da literacia financeira.
Sobre este tema, Carla Castro, responsável da Unicre, fez questão de enfatizar que a literacia “não pode ser uma buzzword” e que a literacia do risco deve ser fortemente promovida.
Num país com “baixos salários e carga fiscal elevada”, como definiu Gonçalo Castro Pereira, este responsável defendei que é possível poupar para a reforma a partir dos 25 euros por mês e que “tudo é possível, cada um na sua proporção”. O vice-presidente da GamaLife deu Itália como exemplo de como é possível fomentar a poupança através de um incentivo fiscal, mas “se os Governos não colocarem este tema [na agenda], será muito difícil”.

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