Não é segredo nenhum que a tecnologia está a mudar a vida de milhões de pessoas em todo o mundo para melhor (não, não são as redes sociais). Inúmeros exemplos podem ser encontrados no campo da saúde ou da educação.
A Índia é um bom exemplo de um país onde a inovação tecnológica está a ter efeitos práticos na vida dos seus cidadãos, incluindo onde menos se espera… no setor dos seguros.
Os exemplos chegaram via Dipu KV, presidente sénior da Bajaj Allianz General Insurance que conta com 200 milhões de clientes em toda a India. Se fosse um país, seria o oitavo mais populoso do mundo e o líder na Europa.
Os desafios são muitos para uma empresa no país mais populoso do mundo (mais de 1,4 mil milhões de pessoas), com 23 línguas oficiais, várias religiões, no sétimo maior país do mundo por área.
“A Índia é como se a Europa fosse um só país, com línguas diferentes em que habitantes de regiões diferentes não se entendem na sua língua nativa, com a língua em comum a ser o inglês ou o hindi”, disse Dipu KV na sexta-feira durante a CX Summit – Leaders Hub.
Nos exemplos que trouxe a Portugal, deu o exemplo da aplicação da empresa para registar acidentes automóvel e que dá uma resposta ao cliente em “20 minutos” fruto do trabalho da Inteligência Artificial (IA) e algoritmos que foram alimentados com milhares de dados de informação para conseguir dar uma resposta rápida aos clientes.
“O cliente tira as fotografias, carrega na app que identifica os danos e faz uma estimativa de custos”, explicou Dipu KV. “Tentativas de fraude? A app também consegue identificar. Tudo isto não seria possível sem a tecnologia”.
Outra aplicação é a Travel Ezee. “Vamos imagina um voo para Nova Iorque que atrasa. O cliente pode exigir um reembolso. Para isso tinha de contactar a seguradora, preencher papéis, entregar provas. Mas só vai pensar nisso depois pois tem de focar-se nas férias ou no trabalho”.
“Mas com a tecnologia blockchain somos capazes de identificar os voos atrasados. Porque é que o cliente vai esperar? Já sabemos que o voo está atrasado, vamos contactar os clientes. Onde é que no mundo uma seguradora vai ter com o cliente para pagar uma compensação? Muitas empresas já copiaram isto globalmente”, acrescentou.
Depois apresentou a app ‘Drive Smart Ecosystem’. Um dispositivo colocado no carro do segurado permite monitorizar a condução: se conduz depressa ou devagar, se as travagens são suaves, etc. Baseado no feedback, a seguradora pode aliviar o prémio do cliente… ou carregar.
Por outro lado, este aparelho permite também monitorizar por onde anda o automóvel, incluindo fazer ‘geo-fencing’: definir 2 ou 3 rotas entre uma escola e a casa, para dar um alerta caso o motorista das crianças desvie-se da rota. Se se desviar, os pais recebem um alerta que saiu da rota predefinida. “Os pais conseguem ter paz de espírito”, resumiu.
Outro dispositivo é a auditoria realizada a edifícios recorrendo a infravermelhos, para detetar riscos nos sistemas elétricos e evitar incêndios.
Para os pais monitorizarem os filhos em idade escolar, existe o dispositivo ‘Connected Schools’.”Todas as crianças têm um cartão com um chip e os pais recebem o feed. Assim, sabe se a criança está no autocarro ou na escola. Isto é bom especialmente para escolas onde os telemóveis não são permitidos”.
Noutro caso, a aplicação ‘Digi Swasth’permite realizar consultas médicas à distância.
Outra aplicação da empresa lê documentos médicos e faz a ‘tradução’ do ‘mediquês’ para linguagem comum para os pacientes poderem entender o que está em causa.
Já a aplicação ‘Farmitra’ é usada por agricultores para poderem ter previsão meteorológica em tempo real, mas também disponibiliza preços de mercado atualizados para ajudar os agricultores a maximizarem lucros ou ter conselhos sobre colheitas de forma remota com peritos no tema.
E os exemplos continuam. O Care Angel é um serviço em que um hospedeiro acompanha um doente durante a sua ida a um hospital
“Os hospitais não são muito amigáveis para as pessoas. Temos de ser humanos. Então, o ‘Care Angel’ acompanha o cliente e vai a vários departamentos tratar de coisas, sem o cliente se preocupar. Não devemos esquecer o lado humano”, afirmou.
Outro exemplo é o serviço ‘Prive’ que permite aos indivíduos de elevado rendimento terem prioridade quando submetem um pedido de compensação, especialmente numa empresa com 200 milhões de clientes.
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