[weglot_switcher]

Altri com lucros de 14 milhões a caírem 77,4%

A política americana de imposição indiscriminada de tarifas “provocou um arrefecimento imediato da procura global e de de-stocking nas várias cadeias de valor. Acreditamos que a estabilização das tarifas a aplicar pelos Estados Unidos permitirá o regresso da dinâmica de procura e oferta ao mercado global que se ajustará à nova realidade”, revela o presidente da empresa.
24 Julho 2025, 18h42

No primeiro semestre o resultado líquido da Altri foi de 14 milhões de euros face aos 62 milhões no período homólogo de 2024, afetado por um nível inferior de preços médios de pasta e de volumes de vendas, resultado das condições menos favoráveis que se sentiram no mercado global neste período.

As receitas totais do Grupo Altri atingiram 373 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que traduz uma redução de 19,4% face ao período homólogo do ano passado.

Já o EBITDA situou-se em 57,6 milhões de euros, valor que representa uma quebra de 53,5% face aos primeiros seis meses de 2024.

A empresa de pasta e papel revela que a produção de fibras celulósicas foi de 535,8 mil toneladas, uma redução de 3% face aos primeiros seis meses de 2024.

As vendas situaram-se em 534,3 mil toneladas, menos 7,1% do que no período homólogo, das quais 90% destinadas aos mercados externos.

O Grupo revela que a dívida líquida do Grupo Altri atingiu 317,5 milhões de euros no final de junho, sendo que o rácio Dívida Líquida/EBITDA LTM está agora em 2,1x.

“O Grupo Altri continua a desenvolver vários projetos de diversificação e crescimento alinhados com o seu plano estratégico, onde se insere, além da recuperação e valorização do ácido acético e furfural de base renovável na Caima e a migração da produção da Biotek para pasta solúvel”, lê-se no comunicado.

Ainda durante o 2º trimestre, ocorreu a aquisição da Greenalia Forest, uma das principais empresas do setor florestal galego, e da Greenalia Logistics, consolidando a presença do Grupo na Galiza.

“A aquisição de uma participação maioritária na AeoniQ vem reforçar a estratégia do Grupo Altri de desenvolver projetos na área de têxteis sustentáveis de alto valor acrescentado e baixo impacto ambiental”, destaca a Altri.

O CEO, José Soares de Pina, destaca que “atuando num mercado global, a Altri está sujeita a diversos impactos, nomeadamente geoestratégicos e políticos. No início deste ano assistimos a uma recuperação dos preços de fibras nos mercados internacionais, nomeadamente nos europeus e asiáticos, aqueles que são os mais representativos para a Altri”.

A política americana de imposição indiscriminada de tarifas “provocou um arrefecimento imediato da procura global e de de-stocking nas várias cadeias de valor. Acreditamos que a estabilização das tarifas a aplicar pelos Estados Unidos permitirá o regresso da dinâmica de procura e oferta ao mercado global que se ajustará à nova realidade”, revela o presidente da empresa.

O CEO diz que “neste semestre, a Altri ultrapassou alguns desafios a nível operacional, entregando níveis de eficiência bastante elevados. A produção de fibras manteve-se a níveis elevados, apesar das paragens programadas de duas das suas unidades industriais, permitindo à empresa fazer uma gestão ativa dos stocks tendo em conta a realidade do mercado”.

“Em termos estratégicos, demos passos muito relevantes na concretização do nosso plano estratégico de diversificação e criação de valor com a aquisição da maioria do capital da AeoniQ, empresa detentora de tecnologia e propriedade intelectual únicas no filamento têxtil, com características que lhe permitem ser um substituto dos filamentos de origem fóssil como o nylon e o poliéster”, avança José Soares de Pina.

” Esta aquisição reforça o desenvolvimento de projetos na área de têxteis sustentáveis de alto valor acrescentado e baixo impacto ambiental. Com a intenção de iniciar a construção de uma unidade industrial nas instalações da Caima em 2026, esta aquisição é crucial para acelerar parcerias com marcas e coleções cápsula com a incorporação destas fibras têxteis inovadoras.”, defende o gestor.

José Soares de Pina defende que “enquadrado na mesma estratégia, está o projeto de migração total de fibras papeleiras (BHKP) para fibras solúveis (DP) na nossa unidade de Vila Velha de Ródão, a Biotek, bem como o projeto de recuperação e valorização de ácido acético e furfural de base renovável na Caima” e diz que “o projeto Gama na Galiza continua na sua tramitação ambiental e obtenção de licenciamento”.

Já em julho, a empresa integrou pela primeira vez o ranking das 500 empresas mais sustentáveis do mundo, sendo a terceira empresa mais bem classificada no seu setor de atividade e a única empresa nacional do setor incluída.

“Num mundo em mudança, a Altri está firme no seu propósito de construir um mundo mais renovável, contando com o empenho de todos os seus colaboradores no cumprimento dos objetivos a que nos propusemos”, conclui o CEO.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.