Unir Oriente e Ocidente não é utopia, é música
Mais do que esmiuçar diferenças culturais, vamos pender ostensivamente para a curiosidade que o diferente desperta em nós. Foi nessa aventura de descoberta do diferente que, no longínquo ano de 1585, três dáimios cristãos decidiram enviar uma delegação ao Vaticano, em Roma. Para isso, escolheram como seus representantes quatro jovens cristãos, entre os 13 e os 14 anos – Chijiwa Miguel, Ito Mâncio, Hara Martinho e Nakaura Julião –, que, acompanhados pelo seu mestre jesuíta, partiram de Nagasáqui rumo aos grandes centros católicos da Europa.
Aquela que foi a primeira missão organizada pela Companhia de Jesus e que tinha como ponto alto a receção destes jovens pelo papa Gregório XIII, num esforço de aproximação entre Oriente e Ocidente, será, talvez, difícil de imaginar nos dias que correm, em que vivemos sob lemas como “à distância de um clique”, ou de um voo que se apanha com um bilhete last-minute. Os tempos nos idos de quinhentos eram outros e a odisseia que os quatro jovens vivenciaram nos oito anos que levou a sua viagem, permitiu-lhes absorver muito da cultura do Sul da Europa.
