A Inteligência Artificial (IA) está a conquistar espaço em praticamente todos os setores e as promessas são grandes: processos mais rápidos, maior eficiência e uma capacidade de automatização que há um ano era quase inimaginável.
Mas não há algoritmos nem chatbots capazes de substituir aquilo que só o ser humano é capaz de oferecer. Empatia, sensibilidade e bom senso continuam a ser ingredientes indispensáveis para orientar decisões financeiras que impactam diretamente a vida das pessoas. E a obtenção de um crédito é um exemplo dessas decisões.
Quando alguém conta com sistemas de IA para simular um empréstimo, o risco de obter informação incorreta é elevado. Taxas de juro erradas ou prazos de financiamento impossíveis de contratar são imprecisões comuns. Uma máquina pode responder de forma convincente, mas não garante o rigor necessário.
Além disso, há uma questão de responsabilidade. Se um chatbot, por exemplo, recomendar algo prejudicial ou conduzir a uma decisão perigosa, não vai nem pode sequer responder legalmente pelo erro. Só instituições reguladas e profissionais autorizadas podem assumir esse compromisso. É por isso que a orientação humana desde o primeiro contacto é tão importante.
Outro ponto que a IA ainda não alcança é a visão de continuidade. Profissionais atentos seguem de perto a evolução da situação financeira dos clientes, propõem ajustes e detetam obstáculos antes que estes se tornem problemas. Já um sistema automático, por mais sofisticado que seja, não irá ligar meses depois para saber como as coisas estão a correr.
Também o sentido crítico é uma barreira difícil de transpor para a Inteligência Artificial. Por mais dados que tenha, estes sistemas não detetam incoerências como um profissional experiente. Um consultor sabe quando aprofundar questões, identificar riscos e proteger o cliente de decisões que possam ter consequências negativas.
E, talvez o mais importante, a empatia continua a ser uma qualidade exclusivamente humana. Solicitar um crédito pode ser um momento de grande pressão emocional. Um profissional qualificado oferece escuta ativa, apoio e conselhos que permitem fazer escolhas com mais segurança. Uma máquina pode dar respostas instantâneas, mas não compreende o peso psicológico que acompanha a decisão.
Quando se trata de pedir e de contratar um crédito, cada escolha molda o futuro financeiro das pessoas. A tecnologia é bem-vinda para simplificar etapas, mas não pode ser vista como substituta do contacto humano. Afinal, mais do que eficiência, o que está em causa é a confiança, o cuidado e a compreensão que só uma pessoa real pode oferecer.